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Palestra Memorial Konrad Adenauer

Sessão de Encerramento

João Carlos Espada

Senhor Embaixador Martin Ney, Excelência, Senhor Vice-Reitor da Universidade Católica Portuguesa, Professor Luís Gustavo Martins, Distintos Membros do Painel, Distintos Convidados, Senhoras e Senhores, Caros Amigos,

Gostaria de começar por agradecer a presença de todos nesta sessão solene de encerramento da 28a edição do Estoril Political Forum, a Konrad Adenauer Memorial Lecture. Um agradecimento muito especial a S.Exa. o Embaixador da Alemanha, bem como a — que nos dá a honra e o privilégio de nos conceder o seu Alto Patrocínio e de presidir a esta Sessão de Abertura.

Constantin von Roth

Embaixador da Alemanha em Lisboa, Dr. Martin Ney, Vice-presidente da Câmara Municipal de Cas- cais, Miguel Pinto Luz, Vice-reitor da Universi- dade Católica, Professor Fernando Ferreira Pinto, Professor Doutor João Carlos Espada, Senhoras e senhores, Queridos estudantes,

Boa noite. Estou feliz por estar aqui novamente!

Em 2014 tivemos o prazer de anunciar pela primeira vez a Bolsa São Bartolomeu. Desde então, quase todos os anos um dos alunos do IEP não só se candidata como recebe a Bolsa. Podem perguntar-se o que significa esta bolsa e porque é que a Associação São Bartolomeu dos Alemães em Lisboa (ASBAL), a instituição que represento, a está a financiar.

Homenagem

Guilherme d’Oliveira Martins

Guilherme d’Oliveira Martins

Conselho de Administração, Fundação Calouste Gulbenkian; Conselho Editorial, Nova Cidadania

Gonçalo Ribeiro Telles foi um cidadão completo – desde a oposição política democrática até à participação ativa na preparação da vida democrática.

Aquando das devasta- doras inundações na região de Lisboa de novembro de 1967 uma voz desassom- brada ergueu-se na televisão, rompendo as barreiras da censura, a denunciar o que se tinha passado. Então o jovem arquiteto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles veio expli- car, num tom simultaneamente pedagógico e politicamente assertivo, que o desastre não era devido a um acaso nem à revolta das forças da natureza. A catástrofe, em que morreu um número muito elevado de pessoas (cuja dimensão real foi escondi- da), em que foram arrasadas habitações, campos e estradas, deveu-se, afinal, a uma confrangedora falta de ordenamento do território e à ocupação de leitos de cheia e de cabeceiras das bacias hidrográficas por gente que vivia em condições miseráveis de habitação. Ouvia-se quem, provindo do curso livre do Instituto Superior de Agro- nomia de Arquitetura Paisagista, criado por Francisco Caldeira Cabral, em 1942, em articulação com o Departamento de Geo- grafia da Faculdade de Letras de Lisboa, do grande mestre Orlando Ribeiro, projetava para a sociedade portuguesa a necessidade de ligar o desenvolvimento económico à preservação ambiental. Contudo, o jovem arquiteto paisagista que deitava a pedra no charco, não era um neófito político. Católico e monárquico, era um cidadão democrata de horizontes abertos e audaciosos. Há muito que exprimia os seus pontos de vista com grande coragem. Em 1958, acompanhara outros monárquicos, como Luís de Almeida Braga, Vieira de Almeida, Rolão Preto ou Francisco de Sousa Tavares no apoio à can- didatura presidencial do General Humberto Delgado. Em 1945 participara na fundação do Centro Nacional de Cultura, com Fer- nando Amado, Afonso Botelho, António José Seabra e Gastão da Cunha Ferreira e em 1957 apoiara a eleição de Sousa Tavares para a presidência do Centro, participando na fundação do Movimento dos Monárquicos Independentes, de feição constitucionalista.

Homenagem

Guilherme d’Oliveira Martins

Guilherme d’Oliveira Martins

Conselho de Administração, Fundação Calouste Gulbenkian; Conselho Editorial, Nova Cidadania

Caberá à História dizer o que de essencial nos disse o pensador e como contribui para se entender melhor tudo quanto escreveu e analisou. Qualquer simplificação será sempre caricatural e incompleta.

O que se disse sobre Eduardo Lourenço fica sempre envolto numa aura de incerteza e de mistério. Nada do que se disser pode satisfazer-nos. Caberá à História dizer o que de essencial nos disse o pensador e como contribui para se entender melhor tudo quanto escreveu e analisou. Qualquer simplificação será sempre caricatural e incompleta, pelo que urge lê-lo diretamente, recusando todas as sínteses falseadoras ou as conclusões definitivas, que são o contrário do que o escritor sempre desejou- Em longuíssimas conversas sempre o senti proteger-se, cético perante as interpretações subjetivas sobre as quais não se detinha propositadamente. Mas sentia-se nele uma preocupação de distanciamento. Um pensador que se qualificou desde muito cedo como heterodoxo, dificilmente poderia deixar-se catalogar, percebendo que haveria tentativas de diversos lados para encerrar o seu percurso num caminho preconcebido. Ao cultivar o ensaísmo, tendo presente a inspiração de Montaigne (“aquela voz que não foi escutada na aventura espiritual portuguesa”) e o exemplo de Coimbra de Sílvio Lima, o escritor assumiu com clareza um subjetivismo dificilmente capturável em qualquer preconceito – até porque, mais do que género literário, Lima considerou, e bem, o ensaio mais como “atitude de ginástica do intelecto”. “Que sais-je?” - a expressão gravada na torre do cultor emblemático do ensaio sempre esteve presente, como interrogação autêntica na caminhada deste verdadeiro buscador de enigmas. Na expressão de Filomena Molder: “Há um trabalho prévio a fazer: pensar por si próprio o homem, o que o obriga a destacar-se do que recebeu e a abrir um caminho que não está traçado: a renúncia a qualquer recado, a qualquer mandato” (Expresso, 4.12.20).

Homenagem

Manuel Braga da Cruz

Manuel Braga da Cruz

Professor Catedrático e antigo Reitor (2000-2012) da Universidade Católica Portuguesa. Membro do Conselho Editorial de Nova Cidadania

Um dos mais prestigiados cientistas sociais portugueses.

Morreu Luis Filipe Salgado de Matos, um dos mais prestigiados cientistas sociais portugueses, membro do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, que aceitou dar aulas durante alguns anos no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica. Apesar da prolongada doença, não era esperado tão súbito desenlace, que nos privou do estimulante convívio intelectual de um académico invulgar.

Licenciado em Direito, e especializado em Ciências Económico-Jurídicas, no 6º ano da Faculdade – a que só acediam os mais classificados – trabalhou de perto com o Prof. Costa Leite Lumbrales, sucessor de Salazar na pasta das Finanças e Presidente da Câmara Corporativa nos anos 50. Daí resultou o seu primeiro livro sobre os Investimentos Estrangeiros em Portugal.

Efeméride

Guilherme d’Oliveira Martins

Guilherme d’Oliveira Martins

Conselho de Administração, Fundação Calouste Gulbenkian; Conselho Editorial, Nova Cidadania

Há acontecimentos históricos que não têm efeitos imediatos espetaculares, mas que produzem resultados profundos no longo prazo.

Há acontecimentos históricos que não têm efeitos imediatos espetaculares, mas que produzem resultados profundos no longo prazo. A Revolução liberal portuguesa de 1820 é um desses exemplos. Não estamos perante um fenómeno instantâneo, mas diante de um processo gradual em que a sociedade se foi emancipando. São conhecidos os antecedentes que mais diretamente influíram no movimento do Porto de 24 de agosto: a ausência da Corte no Rio de Janeiro e a menorização política, económica e social em Portugal continental; o domínio de facto dos militares ingleses e o erro tremendo (por um excesso inaceitável de Beresford) da condenação à morte dos “mártires da Pátria” e da humilhação de Gomes Freire; os ecos da revolução espanhola de Cádis de 1812, do levantamento pernambucano de 1817 e da inaceitável recusa de Fernando VII do juramento da Constituição de Cádis. As guerras peninsulares dividiram profundamente a sociedade portuguesa: havia um

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