Blaise Pascal – a atualidade
- Categoria: Ensaios
Conselho de Administração, Fundação Calouste Gulbenkian; Conselho Editorial, Nova Cidadania
Celebra-se o quarto centenário do nascimento de Blaise Pascal (1623-1662), filósofo, matemático, investigador, estudioso de complexos instrumentos de cálculo e precursor dos computadores
Num tempo em que o tema da Inteligência Artificial está na ordem dia, entre muitas interrogações, celebra-se o quarto centenário do nascimento de Blaise Pascal (1623-1662), filósofo, matemático, investigador, estudioso de complexos instrumentos de cálculo e precursor dos computadores. Como Raimundo Lúlio e Leibniz, Pascal foi dos que demonstraram que os raciocínios lógico-matemáticos poderiam ser automatizados. Nascido em 19 de junho, em Clermont-Ferrand, filho de um magistrado e matemático, ficou órfão de mãe aos três anos, manifestando desde muito cedo uma extraordinária capacidade para o estudo e compreensão das ciências e das matemáticas. Com o apoio de seu pai, Blaise Pascal frequentou, desde muito cedo, os meios letrados. Com onze anos compôs um “Tratado dos sons” e com dezassete anos um “Ensaio sobre os cónicos”, começando a interessar-se pela criação de uma máquina aritmética. As experiências sobre o vazio levaram-no a proceder a aprofundados estudos, que o conduzem a uma polémica com Descartes, apesar da sua admiração pelo autor do “Discurso do Método”. De facto, nota-se nessa relação o inconformismo de Pascal – reconhecendo a importância da dúvida metódica, mas cultivando um caminho próprio de pensar. “O homem é visivelmente feito para pensar. Está aí toda a sua dignidade e todo o seu mérito”. Por isso, parte de Descartes, usando o seu pensamento autónomo, mas também o sentido crítico. E aí encontramos a sua aproximação a Montaigne, mesmo que o considere um mestre incómodo, já que Pascal o critica por tantas vezes motivar a indiferença perante os seus leitores e seguidores.
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Nas organizações, o perdão é, frequentemente, interpretado como inadequado e ineficaz, sobretudo quando praticado pelo/as líderes. Contudo, as lideranças que perdoam podem suscitar ambientes mais cooperativos e focados no desenvolvimento humano.
Nas organizações, o perdão é, frequentemente, interpretado como inadequado e ineficaz, sobretudo quando praticado pelo/as líderes. Contudo, as lideranças que perdoam podem suscitar ambientes mais cooperativos e focados no desenvolvimento humano. O perdão concede ao ofensor a oportunidade de se regenerar e contribuir para as posteriores dinâmicas virtuosas da equipa. Dois estudos, realizados em países e culturas diferentes, sugerem que as lideranças que perdoam são mais respeitadas e consideradas mais eficazes pelo/as liderado/as. Essas lideranças também conduzem o/as liderado/ as a sentirem-se psicologicamente mais seguro/as – isto é, a expressarem voz, a assumirem falhas e erros, a aprenderem com os mesmos, e a pedirem ajuda e ajudarem.
Introdução
Num mundo polarizado, divisivo e repleto de animosidade, no qual o narcisismo tem florescido, será a capacidade de perdoar uma importante qualidade das lideranças? Diferentes pessoas respondem distintamente a esta questão. Algumas consideram que as lideranças que perdoam são mais suscetíveis a abusos, perdem credibilidade, merecem menos respeito e são menos eficazes. Outras pessoas desenvolvem um entendimento diferente. Consideram que tais lideranças, cientes das naturais e inevitáveis limitações e falhas dos seres humanos, encaram as equipas e as organizações como espaços de interdependência – e que o perdão é uma forma de alimentar essa interdependência e suscitar a continuidade dos esforços de cooperação. Kets de Vries, reputado professor da INSEAD Business School, consultor e coach, escreveu:
Professor IEP-UCP; Membro do Conselho Editorial, Nova Cidadania
Parte II
4. Oposição entre lucro empresarial e responsabilidades sociais?
É tempo de deixarmos o mundo de confusão entre negócios e negociatas e passarmos a um novo equívoco.12 Cada época tem os seus enganos e os convenientes ziguezagues a imitar. A chamada Responsabilidade Social das Empresas (RSE) é o último grito de uma moda feita de falsos contrastes: entre social e mercado, entre ética e negócios. É verdade que, bem entendida, a RSE não contrapõe a rentabilidade económica às preocupações sociais e ambientais. Mas quantos negócios e interesses não aspiram a esconder-se sob o manto diáfano do “social” e a uma lucrativa remissão de pecados? Quem não sente o entusiasmo de tantos mentores da RSE pelos subsídios do Estado e pelas doações de empresas em campanhas de marketing, solidariedade ou filantropia, onde se reclama uma percentagem certificadora da quota de “preocupação social”? E como é forte a pressão para a obtenção de uma espécie de licença para funcionar e como abundam advogados, explicadores e manuais de boas acções, onde o lucro é olhado de soslaio. Pena é que muitos destes supostos representantes do “social” tenham pouca ideia do que é uma empresa e de como se processa a criação de valor, e que tantos empresários não pressintam o perigo de usar a RSE como legitimação ideológica – a empresa “boa cidadã” – e como biombo para esconder a falta de ética. Será que não se dão conta que a consideração de todos os “stakeholders” como principais não só cria condições para uma crescente politização da vida empresarial como mina a verdadeira responsabilidade social que consiste na criação de valor, na potenciação da capacidade criadora das pessoas?
Professor, IEP-UCP
Director do CEA - UCP Professor, UCP
As sondagens acrescentam essas dimensões: quem votou, como e porquê. Essas dimensões elevam substancialmente o debate político e o seu impacto
A existência de centros de sondagens inde- pendentes, assentes em princípios e práticas rigorosas e científicas tem, entre outras, a importante função de verificar e auditar elei- ções, sobretudo nas noites eleitorais, em que os resultados são antecipados nas TV’s logo no fecho das urnas. A existência dessas son- dagens, além de melhorar o debate político durante as horas até ao escrutínio final, reduz tentações de fraude. Em algumas jovens democracias, este elemento está em falta para afastar suspeições.
Em Portugal, desde 1974, nunca houve felizmente a menor dúvida sobre os resultados. Ainda assim, na infância da nossa Democracia, a Universidade Católica foi pioneira na criação de um centro de sondagens independente para análise e acompa- nhamento das eleições. Imediatamente, a estação pública abra- çou a ideia como um desígnio cívico e a relação entre UCP e RTP existe desde então, fortalecida ao longo de décadas com múltiplas sondagens.