Embaixadora da Finlândia em Portugal, Presidente da AWA
Queremos destacar por que é tão importante alcançar a igualdade de género na diplomacia e mostrar que a representação igualitária de diferentes géneros na tomada de decisões resulta em políticas muito melhores
É para mim um enorme prazer associar-me ao Professor João Carlos Espada, Director do Instituto de Estudos Políticos, nas boas-vindas ao seminário de hoje. Faço-o em nome de todos os membros da Association of Women Ambassadors em Lisboa. Estamos muito satisfeitos e gratos a todos os palestrantes que se juntaram a nós hoje para partilhar as suas experiências e perspectivas acerca dos tópicos que iremos abordar. Alguns de vocês vieram de longe, e alguns de vocês experienciaram pessoalmente guerras e outras situações de conflito. Estou muito grata por estarem aqui hoje a partilhar as vossas histórias.
Nós, na AWA, agradecemos ao Instituto de Estudos Políticos pela excelente cooperação na criação desta iniciativa conjunta. Foi um grande prazer trabalhar com as excelentes professoras Mónica Dias e Lívia Franco, e a coordenadora deste projecto, a Embaixadora Ana Martinho, uma diplomata de alto nível e pioneira na igualdade de género na diplomacia. Durante o processo passei a admirar a dedicação, o profissionalismo e o entusiasmo com que conduzem o vosso trabalho no Instituto.
Na véspera do Dia Internacional da Mulher, queremos destacar as contribuições das mulheres na diplomacia, um ofício tradicionalmente dominado por homens, e destacar a necessidade contínua de olhar para a política externa e para a diplomacia com lentes de género. A necessidade de bater o pé para que as mulheres estejam igualmente representadas em todas as mesas e estruturas onde as decisões são tomadas. Felizmente, a proporção de mulheres diplomatas tem aumentado de forma consistente, e mulheres em posições diplomáticas mais altas já não é algo incomum. Apesar da direcção positiva, as mulheres ainda estão extremamente sub-representadas na maior parte do mundo. Hoje, queremos destacar porque é tão importante alcançar a igualdade de género na diplomacia e mostrar que a representação igualitária de diferentes géneros na tomada de decisões resulta em políticas muito melhores.
O que também queremos alcançar hoje é mostrar-vos, aos alunos aqui presentes, que através da diplomacia se pode realmente fazer a diferença. Como jovem diplomata da ONU, há mais de 25 anos, tive a possibilidade de trabalhar nos direitos das mulheres e meninas no Afeganistão quando os talibãs assumiram o poder em grande parte do país. Mais tarde, quando trabalhava como diplomata finlandesa na sede da ONU, juntámo-nos com colegas de diferentes partes do mundo para defender padrões internacionais de direitos humanos mais elevados e defender os existentes. Não é nada fácil, requer muito trabalho, duras negociações, noites em claro e, acima de tudo, vontade de formar coligações com todas as partes do mundo.
Ao ver as notícias nos dias de hoje, é fácil sucumbir ao pessimismo. Mas hoje queremos transmitir uma mensagem de esperança. Nos painéis de hoje temos profissionais que conseguiram fazer a diferença em situações extremamente difíceis de guerra ou repressão. Os seus exemplos mostram que é possível transformar uma situação terrível numa situação melhor. Mas ninguém pode fazer isso sozinho. Precisamos de redes, coligações e diversidade para fazer a diferença. Juntos somos mais fortes.
Obrigada.
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