Não é possível conhecer o Holocausto, mas ignorar o Holodomor
João Pereira Coutinho
Professor, IEP-UCP
Holodomor, a grande fome soviética promovida por Estaline em 1932-1933 e que provocou 4 milhões de mortes só na Ucrânia (estimativa conservadora), é conceito obscuro.
Amanhã [25 de Novembro] será o quarto sábado de novembro. O que significa que será altura de relembrar o Holodomor. Escrevo essa palavra – Holodomor – e pressinto que muitos leitores não sabem do que estou a falar.
Esse desconhecimento é revelador da forma ambígua como o mundo olha para os crimes do comunismo, sobretudo quando comparados com os crimes do nazismo. Se eu tivesse escrito “Holocausto”, não haveria dúvidas. Mas Holodomor, ou seja, a grande fome soviética promovida por Estaline em 1932-1933 e que provocou 4 milhões de mortes só na Ucrânia (estimativa conservadora), é conceito obscuro.
Para preencher essa lacuna, recomendo um livro: “Red Famine”, de Anne Applebaum. Depois do clássico de Robert Con- quest, “The Harvest of Sorrow”, publicado em 1986, a obra magistral de Applebaum é um monumento historiográfico contra o esquecimento.
Não é uma experiência agradável, aviso já, porque a martirizada Ucrânia sempre foi aquele elemento estranho na mundividência bolchevique – um problema político, pela sua forte identidade nacional; uma oportunidade económica, por ser o celeiro da Europa.
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