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O Inverno do Ocidente cristão?

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Se o Ocidente está periclitante, o problema – e a solução, se existir – está na sua alma: no seu sistema de valores, cultura e convicções últimas.

No famoso final de After Virtue, MacIntyre, evoca a iminência de uma nova Idade das Trevas, rumo à qual a civilização ocidental já teria ultrapassado o «ponto de viragem». Nessa mesma página, MacIntyre reconhece os riscos de estabelecer paralelismos precipitados, anacrónicos e simplistas entre a nossa situação actual e o fim do império romano, embora não descarte uma certa analogia. Sabe-se que a historiografia recente problematiza quer a suposta escuridão da Idade das Trevas, quer a própria ideia de “queda” do império romano; e discute recorrentemente se esse colapso se deveu fundamentalmente a causas externas, ou a factores internos, ou ao carácter e biografia das principais dramatis personae dessa história. Para além disso, levantam-se as dificuldades próprias de precisar o significado de conceitos como “cultura”, “civilização” ou “império”; de definir em que consiste especificamente a “civilização ocidental”, atendendo às suas contradições e metamorfoses, no espaço e no tempo; de fixar um padrão que permita avaliar a sua performance relativa; e de julgar o que ela terá de bom e de mau. Contudo, não há dúvidas sobre a sensação de crise ou desgaste daquilo que se convencionou chamar a “civilização ocidental” e da cultura política democrática liberal a ela associada. Em concreto, recentemente, o “Apelo de Praga” salientou «o recuo geopolítico do Ocidente, a ressurgência de forças políticas autoritárias, a erosão dos valores democráticos e a perda de eficácia das instituições democráticas», a violência terrorista promovida pelo fundamentalismo islâmico, bem como os desafios crescentes provenientes não só «dos apologistas do iliberalismo e xenofobia, como também dos intelectuais relativistas que negam que qualquer forma de governo pode ser defendida como superior a qualquer outra».


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