Há uns anos, o colunista de tecnologia do New York Times, David Pogue, fez uma lista das cinco fases da dor da perda de ficheiros informáticos: negação, raiva, negociação, depressão e mudar-se para o campo Amish. Parece uma boa descrição do estado de espírito que domina muitos conservadores americanos actualmente.
Será que os conservadores perderam os seus “ficheiros informáticos”? Em reacção à nossa actual convulsão política, muitos analistas consideram que sim. Mas antes de podermos avaliar a situação difícil em que se encontra hoje o conservadorismo, é necessário percebermos como se chegou até aqui. Tenciono fazê-lo do ponto de vista da história intelectual do conservadorismo americano depois da Segunda Guerra Mundial, momento em que ganhou forma a comunidade conservadora tal como a conhecemos.
O conservadorismo americano moderno não é, nem nunca foi, monolítico. É uma coligação, com vários pontos de partida e diversas tendências, que nem sempre são facilmente conciliáveis.
No fim da Segunda Guerra Mundial, não existia, nos Estados Unidos, uma força intelectual conservadora articulada e coordenada. Havia, na melhor das hipóteses, vozes de protesto dispersas. Algumas delas eram profundamente pessimistas em relação ao futuro do seu país e estavam convencidas de que constituíam um resquício isolado, do lado errado da história. História, de facto, parecia ser o que a Esquerda estava a fazer. A Esquerda – liberais, socialistas, e até comunistas – parecia controlar plenamente o século XX.
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