Paixão! Esta palavra interessante, repleta de mitos e equívocos, tem surgido frequentemente nas “narrativas” sobre o trabalho, a carreira profissional e a liderança.
São cada vez mais frequentes as recomendações do género “trabalhe com paixão”, “siga a sua paixão no trabalho”, ou “lidere com paixão”, “siga o curso universitário que verdadeiramente o/a apaixone”. Subjacente à recomendação está uma ideia simples: se trabalharmos ou liderarmos com paixão, seremos mais produtivos, mais eficazes e mais felizes. Richard Branson, fundador e líder da Virgin, afirmou: “Dado que 80% do nosso tempo é despendido no trabalho, devemos lançar o nosso em torno de algo que seja uma paixão”. Aurélio Pereira escreveu sobre Cristiano Ronaldo:
“Existe uma diferença entre um verdadeiro talento e um talento apenas: quem faz a diferença tem uma verdadeira paixão não só pelo jogo mas pelo treino e pela profissão. O Cristiano, desde pequeno, era obstinado por futebol”.
Trina Gordon, CEO da Boyden World Corporation, uma empresa de executive search, afirmou que a paixão é um atributo fundamental quando pretende selecionar um líder. Eis como a entrevistadora a descreveu:

Arnn está também numa posição perfeita para escrever esta investigação contundente e inteligente sobre o que Churchill ainda nos pode ensinar sobre política, guerra e vida.
Uma das frases mais famosas do cânone de Churchill resulta da sexta-feira, 10 de maio de 1940, quando o Rei Jorge VI tinha acabado de nomear Winston Churchill como primeiro-ministro da Grã-Bretanha — o mesmo dia em que Adolf Hitler tinha desencadeado o Blitzkrieg no Ocidente. “Eu senti-me como se estivesse a andar com o destino”, recordou ele oito anos mais tarde, “e que toda a minha vida passada tivesse sido apenas uma preparação para esta hora e para este julgamento.”
Ao descobrir que Larry Arnn, presidente do Hillsdale College, tinha intitulado o seu livro de Churchill’s Trial, presumi que ele se referisse àquela frase, e assim era, mas só em parte. Porque ao terminá-lo, os leitores vão reconhecer que Churchill foi posto em julgamento por historiadores revisionistas da Direita e da Esquerda e que este livro é um argumento apaixonado e profundamente articulado para a defesa, conduzido por alguém que, estando precisamente na sucessão apostólica de Churchill é a certa para a montar.
Foram muitas e justas as referências à importância de Nuno Teotónio Pereira na renovação da arquitetura portuguesa. O papel que desempenhou foi fundamental.
Como salientou Ana Tostões: «ao longo da sua vasta produção manteve-se fiel a uma criação implicada com o real, com o lugar e as pessoas. Do compromisso social ao político é esse o sentido de uma obra aberta à participação» (DN, 21.1.16). A compreensão do lugar das pessoas e da sua dignidade e o desígnio da justiça e da solidariedade são elementos cruciais na vida do prestigiadíssimo profissional. E todos nos lembramos da saída dos presos políticos de Caxias. O facto de o arquiteto estar entre eles representou que a cidadania e a liberdade, a coerência criadora e a compreensão da relação entre as pessoas e as cidades se ligam indelevelmente. O percurso pessoal é esclarecedor, desde a Escola de Belas-Artes de Lisboa, do I Congresso Nacional de Arquitetura (1948), da militância a favor da Carta de Atenas ou da experiência de Corbusier, do trabalho nas Habitações Económicas, dos quatro prémios Valmor, do Movimento de Renovação da Arte Religiosa (MRAR) simbolizado na igreja do Sagrado Coração de Jesus, mas também do jornal clandestino «Direito à Informação» ou da Comissão de Socorro aos Presos Políticos… - tudo merece atenção como um conjunto significativo. O depoimento no livro «Liberdade da Cultura» fala por si. Eis o que nos diz: «embora contasse, entre os seus membros, amigos já de longa data (como o grupo do “Tempo e o Modo”), muitos deles companheiros nas lutas em que eu e a Natália estávamos envolvidos, tive ali a possibilidade de conviver com personalidades ímpares da intelectualidade portuguesa nos mais diversos domínios, analisando os acontecimentos e trocando opiniões – ora convergentes, ora divergentes. Isto, porque os momentos que o país atravessava eram de clarificação de posições e de separação de águas, no tempo em que o Centro Nacional de Cultura era dirigido por Francisco Sousa Tavares e pela Sophia. Alguns, ainda acreditando na Primavera Marcelista, outros francamente envolvidos na oposição ao regime. A cooperativa Pragma, por exemplo, em que eu estava com o Mário Murteira, o João Gomes e muitos outros, fora já encerrada pela PIDE em 67, mas o apoio financeiro da Associação (para a Liberdade da Cultura) ajudou a que prosseguisse clandestinamente a sua atividade ainda durante algum tempo. (…) Efetivamente a Associação e o CNC eram uma casa só, onde a luta contra a ditadura e a guerra colonial encontravam cada vez mais acolhimento, paredes meias com a sede da Pide…».
Umberto Eco é um caso muito especial do académico que foi capaz de ultrapassar as fronteiras do claustro universitário. Era um apaixonado da humanidade em todas as suas manifestações e como tal ficará como um dos símbolos do nosso tempo.
Acompanhei-o com Fernando Gil e João Carlos Espada, quando veio a Portugal a convite de Mário Soares, no ciclo «Balanço do Século». E recordo que foi com Antonio Tabucchi, saudoso amigo e grande nome da cultura europeia, que nos conhecemos. Eco era uma personalidade fascinante. Sendo medievalista e semiólogo foi o que alguns designaram como «humanista total». Quando lemos a sua obra multifacetada apercebemo-nos da rara qualidade de se interessar por tudo o que fosse humano – mercê da consciência aguda que tinha dos limites e dos territórios. «O Nome da Rosa» é um dos grandes romances europeus e constitui uma verdadeira parábola sobre a modernidade em diálogo com um tempo ainda muito desconhecido que é a Idade Média. O escritor deixara-se fascinar pelo longo período medieval – compreendendo a sua grande extensão, a diversidade de elementos que conteve e o facto de ser um período de transição. E o que é a História senão sempre uma sucessão de elementos transitórios? Acontece, porém, que no caso da Idade Média europeia podemos encontrar a herança clássica, a emergência de novos povos e influências, o diálogo mediterrânico e o fundo judaico-cristão. Tratou-se de um tempo longo de grande curiosidade e de diálogo entre culturas e civilizações… Um jornal italiano falou do homem que tudo sabia. Até ao fim da vida, foi alguém com uma inesgotável capacidade de atenção e criatividade. «Apocalípticos e Integrados», «Obra Aberta» e «O Pêndulo de Foucault» são referências importantes, em que somos chamados a ir sempre mais além no conhecimento e na compreensão da incerteza e da complexidade. No fundo, a grande lição de Umberto Eco é a da necessidade de assumirmos um novo humanismo, capaz de ligar letras e ciências, educação e artes – a partir da ambição de um saber amplo, aberto e integrado.
Destacamos alguns eventos realizados entre Janeiro de Maio de 2016 pelo Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa.
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