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Ensaio: A “casa dividida contra si mesma” e o fim da tolerância

Pedro Ferro

Pedro Ferro

Professor, IEP-UCP

“I tremble for my country when I reflect that God is just: that his justice cannot sleep for ever”
Thomas Jefferson

“We make men without chests and expect from them virtue and enterprise. We laugh at honor and are shocked to find traitors in our midst.”
C.S. Lewis

Em 16 de junho de 1858, em Springfield, Illinois, aquando da sua nomeação como candidato a senador pelo Partido Republicano, Abraham Lincoln pronunciou aquele que ficou conhecido como o “Discurso da Casa Dividida”, pela alusão à sentença de Jesus – «a house divided against itself cannot stand», lembrou Lincoln, no preâmbulo desse discurso – recolhida, com pequenas variantes, nos três evangelhos sinópticos. 1 A nação americana não poderia subsistir lacerada por uma divergência tão radical e visceral como a que existia, ao tempo, no tocante à escravatura: «this government cannot endure, permanently, half slave and half free»; «it will become all one thing or all the other».2 Das duas, uma: ou esse diferendo desembocaria na divisão política, acabando com a União; ou prevaleceria um dos lados. E o triunfo da metade esclavagista (se acontecesse) acabaria com a igualdade e liberdade republicanas, prometidas – mas ainda não integralmente cumpridas 3 – na Declaração de Independência, aniquilando a própria alma dessa independência e dessa união.

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