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Herman Van Rompuy

Herman Van Rompuy

Presidente European Policy Center. Primeiro-Ministro da Bélgica (2008-2009). Presidente do Conselho Europeu (2009-2014)

Comunicação apresentada na Aula Aberta online com José Manuel Durão Barroso a 2 de Junho de 2020.

No campo da política externa existem diversos atores na União porque temos 27 estados-membro soberanos, bem como as instituições da UE. A política externa em si é um conceito múltiplo, porque cada área específica, tal como o comércio internacional ou o clima, tem uma dimensão externa.

Capaz de cortar através de realidades políticas que pareciam intratáveis, enquanto focava a sua luz naqueles que pareciam ser os recantos mais negros da condição humana

Pouco depois da morte do Papa João Paulo II, no dia 2 de abril de 2005, Henry Kissinger disse à BBC News que seria difícil imaginar alguém com maior impacto no século XX do que o padre e bispo polaco que, na noite da sua eleição em 1978, descreveu-se como um homem que havia sido chamado para Roma a partir de um ‘’país longíquo’’. A avaliação de Kissinger é mais notável ainda pelo facto de que o antigo Secretário de Estado dos EUA – ele próprio uma figura controversa da história moderna – não se ter cruzado filosofica ou religiosamente com a vida, pensamento e ação de Karol Józef Wojtyla. Uma década e meia mais tarde, vale ainda a pena ponderar o que poderia significar o tributo extraordinário de Kissinger. Porque seria então que o Papa João Paulo II teria sido a figura mais emblemática do século XX? Qual foi a relação entre os feitos do Papa polaco – tanto para a Igreja como para o mundo – e a virtude heróica que a Igreja Católica lhe reconheceu formalmente, aquando da sua canonização enquanto São João Paulo II a 27 de abril de 2014?

Numa conversa no apartamento papal em março de 1996, João Paulo II disse, a propósito de tentativas anteriores de biógrafos de contar a história da sua vida, ‘’Eles tentam compreender-me a partir de fora. Mas eu só posso ser compreendido a partir de dentro.’’ Ele sabia que era uma figura de importância histórica. No entanto, a sua história, insistia, era uma que só podia ser lida a partir do interior do prisma da sua alma, caso aqueles que procurassem entendê-lo a si e à sua obra quisessem realmente perceber aquilo que o motivava. Assim, no vigésimo aniversário da publicação de Witness to Hope, revisitar a alma de São João Paulo II irá enquadrar propriamente a história da sua vida até o ano 2000. Karol Wojtyla, o homem que veio a ser João Paulo II, tinha uma alma intensamente polaca: não apenas no sentido de uma personalidade formada por uma experiência étnica em particular, mas no sentido mais lato de uma alma formada por uma história e cultura distintivas. Nascido em 1920, é membro da primeira geração de polacos nascidos num estado polaco independente desde o final do século XVIII; mas foi a experiência nacional polaca entre a eliminação da Polónia do mapa da Europa em 1795 e a restauração da independência em 1918 que foi decisiva na formação da alma de João Paulo II. Pois durante esse 123 anos no deserto – anos em que a Polónia não apareceu em qualquer mapa da Europa – a Polónia-nação sobreviveu à viviseção da Polónia-Estado através da sua cultura: a sua língua, a sua literatura e a sua fé católica.

José Manuel Durão Barroso

José Manuel Durão Barroso

Antigo presidente da Comissão Europeia, Director do Centro de Estudos Europeus do IEP-UCP, Conselho Editorial Nova Cidadania

Antigo presidente da Comissão Europeia lembra o longo caminho de trabalho comum com o falecido embaixador, iniciado em 1987 e que se prolongou até aos tempos em que liderou a União Europeia. Durão Barroso realça a sua vasta cultura e o intelecto cético.

Uma tarde muito singular, em que podem passar algumas horas “na” Universidade - e participar com voz própria no grande debate sobre a Democracia

É já hoje, dia 5 de Junho, entre as 14.30h e as 18:30h, que o Instituto de Estudos Políticos vai organizar a sua tradicional “Cimeira das Democracias”, dedicada este ano ao tema A Aliança Transatlântica e os Desafios à Democracia. Mas o que é esta “Cimeira”?

A Cimeira das Democracias IEP é um desafio académico lançado pelo IEP, em que se convidam escolas de Norte a Sul do país a formar equipas constituídas por alunos e Professores e a assumir o papel de uma delegação de um Estado democrático que representam numa grande “Cimeira das Democracias” imaginária, mas possível. Nessa Cimeira, os delegados apresentam uma “Declaração de Estado” e debatem os temas em foco escutando os pontos de vista de outros “Estados”, tentando – apesar de todas as divergências – chegar através do diálogo, da boa argumentação e da negociação política a um consenso, ou seja, a uma Declaração conjunta. O debate acontece, após uma apresentação inicial de cada Delegação, em Comissões Especializadas e finalmente numa grande Assembleia Geral com votações e perguntas de jornalistas.

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