João Carlos Espada
Director do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa. Director de Nova Cidadania
Este número 70 da nossa revista Nova Cidadania abre com uma muito justa e necessária homena- gem a Almirante Nuno Gonçalo Vieira Matias, membro do nosso Con- selho Editorial e Professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa. O tocante texto de homenagem que abre esta edição é da autoria de outro grande amigo desta revista, Almirante Alexandre da Fonseca. Raramente nos é dado o privilégio de um tão feliz encontro entre dois homens de carácter — dois gentlemen, como se dizia antigamente — no homenageado e no que presta homenagem. Este encontro raro é motivo de orgulho — e sobretudo de gratidão — por parte da nossa revista.
O Almirante Vieira Matias é e sempre foi um Atlantista convicto, como recorda enfaticamente o texto de Almirante Alexandre da Fonseca. A homenagem que lhe prestamos é por isso a melhor introdução aos dois textos que se seguem, sobre os 30 anos do Journal of Democracy, com sede em Washington, DC. Marc F. Plattner e Carl Gershman são também dois amigos de longa data desta revista e da Aliança Atlântica que nos liga à América através do grande “mar aberto da liberdade” — como gostava de referir um outro grande Atlantista e grande amigo de Portugal, Winston Churchill.
Como recorda Almirante Alexandre da Fonseca, o Atlantismo de Almirante Vieira Matias tem as suas raízes num compromisso fundador: “O Almirante Nuno Gonçalo Vieira Matias é um verdadeiro Patriota, é um Grande Português”. Também por esta razão, a homenagem a Almirante Vieira Matias é a melhor introdução a três textos desta edição sobre a política externa portuguesa: Vasco Rocha Vieira, último Governador de Macau e membro do nosso Conselho Editorial, evoca o 20o aniversário da transferência de Macau; Álvaro Mendonça e Moura, secretário-geral do MNE, e Pedro da Costa Pereira, director-geral de política externa do MNE, reflectem em textos autónomos, apresentados em ocasiões distintas, sobre os principais desafios da nossa política externa.
Não é possível, nesta breve Nota de Abertura, referir todos os textos marcantes que assinalam esta edição 70 da nossa revista. Mas o leitor certamente compreenderá que não possamos deixar de assinalar e de agradecer os textos de três membros fundadores de Nova Cidadania: Mário Pinto, Presidente do nosso Conselho Editorial, Manuel Braga da Cruz e Guilherme d’Oliveira Martins.
Nova Cidadania nunca pretendeu estabe- lecer uma uniformidade de pontos de vista — uma ambição que sempre considerámos bizarra, enfadonha, e alheia à civilização pluralista europeia e ocidental a que nos orgulhamos de pertencer, e que não pedimos autorização a ninguém para defender. Em contrapartida, a nossa revista sempre se definiu com base numa atitude comum ou numa sensibilidade comum, albergando por isso uma conversação civilizada entre diversas vozes e diversos olhares, descentralizados e não centralmente comandados. Esta atitude e esta sensibilidade comuns não são fáceis de definir — e talvez seja melhor assim, para exprimir e respeitar o pluralismo fundamental que nos une.
Mas creio que o nosso pluralismo de olhares subscreve a atitude e sensibilidade comuns da nossa revista nas palavras eloquentes com que Almirante Alexandre da Fonseca concluiu a sua tocante homenagem a Almirante Vieira Matias:
“O Almirante Vieira Matias é um chefe de família exemplar; com sua mulher, a Senhora Dona Maria Francisca, tiveram dois filhos e três netos.É um Homem de valores, de princípios e de causas.É um amigo do seu amigo.É um homem de cultura, um Académico.É um líder, um chefe, um Comandante, com quem dá gosto trabalhar.É um marinheiro, um fuzileiro, um militar e um combatente. O Almirante Nuno Gonçalo Vieira Matias é uma verdadeiro Patriota, é um Grande Português.”
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