• +351 217 214 129
  • Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.

Dahrendorf Memorial Lecture Em Defesa de um Patriotismo Razoável

Estrela inativaEstrela inativaEstrela inativaEstrela inativaEstrela inativa

Encontramo-nos hoje debaixo de uma nuvem. Por todo o Ocidente, forças nacionalistas – muitas tingidas com xenofobia, preconceito étnico e fanatismo religioso – estão em ascensão.

William Galston William Galston

The Brookings Institution, Columnist, Wall Street Journal, Washington D.C.

É uma honra ser convidado a proferir a Dahrendorf Memorial Lecture sobre o tema “Patriotismo, Cosmopolitismo, e Democracia”. Na minha intervenção, irei defender aquilo a que chamo de “patriotismo razoável”, e irei argumentar que comunidades políticas separadas e distintas são os únicos locais onde política decente e – especialmente – democrática pode ser posta em prática. Começo com algumas clarificações conceptuais.

Cosmopolitismo é uma doutrina que dá prioridade à comunidade de seres humanos enquanto tal, sem ligar a diferenças de nascimento, crença ou fronteiras políticas. A antítese do cosmopolitismo é o particularismo, no qual a prioridade é dada a um grupo ou subconjunto de seres humanos que partilham características. Há diferentes formas de particularismo que reflectem os diferentes objectos de pertença primária – comunidades de correligionários (a ummah muçulmana), etnia, e cidadania partilhada, entre outros.

Patriotismo designa um apego especial a uma comunidade política particular, embora não necessariamente à forma existente de governo. Nacionalismo, com o qual patriotismo é frequentemente confundido, representa um fenómeno muito diferente – a fusão, real ou aspiracional, entre uma etnia partilhada e soberania estatal. O estado-nação é, portanto, uma comunidade em que um grupo étnico é politicamente dominante e define os termos da vida comum.

A Cimeira da NATO em Bruxelas: uma Aliança em mutação num mundo mais complexo e imprevisível

Estrela inativaEstrela inativaEstrela inativaEstrela inativaEstrela inativa

De facto, os grandes temas da defesa e da segurança são temas grandes.

Luís de Almeida Sampaio Luís de Almeida Sampaio

The Brookings Institution, Columnist, Wall Street Journal, Washington D.C.

A o longo dos muitos meses de preparação da Cimeira da NATO tive a oportunidade de abordar, perante audiências muito variadas, várias das preocupações sobre as quais discorro neste texto.

Tive sempre o cuidado de, respeitando a confidencialidade que naturalmente envolve boa parte das matérias de defesa e segurança, promover um debate o mais informado possível.

Fui sempre muito bem percebido e muito bem-recebido. Não por mérito meu, mas sim pela relevância destes assuntos para um público muito vasto que inclui decisores e formadores de opinião, académicos e jor- nalistas, militares e estudiosos de ciência política e relações internacionais, das mais variadas tendências intelectuais e políticas.

Fé & Liberdade Prémio Fé e Liberdade 2018

Estrela inativaEstrela inativaEstrela inativaEstrela inativaEstrela inativa

Atribuir a Fernando Magalhães Crespo o prémio Fé e Liberdade de 2018 não é apenas um gesto de gratidão e de amizade, mas uma atitude de justiça

Manuel Braga da Cruz Manuel Braga da Cruz

Professor Catedrático e antigo Reitor (2000-2012) da Universidade Católica Portuguesa. Membro do Conselho Editorial de Nova Cidadania

O Instituto de Estudos Políticos decidiu distinguir este ano, com a atribuição do Prémio Fé e Liberdade, a defesa da liberdade de imprensa e de comunicação inspirada pela fé. Ninguém é mais merecedor deste galardão, neste dominio, do que o Eng. Fernando Magalhães Crespo, que foi, por mais de trinta longos anos, Gerente da Rádio Renascença, que guindou a um lugar cimeiro no panorama da comunicação social em Portugal, mantendo a Emissora Católica Portuguesa no topo das audiências radiofónicas durante décadas, facto insólito no panorama europeu.

A história da Rádio Renascença, no último quartel do século XX e começos deste século, confunde-se com a figura de Fernando Magalhães Crespo, tal como ele se confunde com a Rádio Renascença, porque com ela identificou a sua vida. Temos, por isso, perfeita consciência que ao premiar Fernando Magalhães Crespo, nos 50 anos da Universidade Católica, estamos também a distinguir a Rádio Renascença, e o seu papel na afirmação e defesa da liberdade de comunicação.

A Rádio Renascença desempenhou um papel decisivo na implantação do regime democrático em Portugal. E, de tal forma, que não é possível entender a transição democrá- tica portuguesa sem referir o lugar que ela ocupou nesse processo. Em primeiro lugar, pela colaboração na progressiva introdução de uma autonomia e independência informativa no panorama radiofónico nacional, durante os últimos anos do regime autoritário, o que explica que dela tenha partido a senha para as operações militares do golpe de Estado de 25 de Abril de 1975. A Rádio Renascença deu, assim, uma contribuição importante para a instauração da liberdade de comunicação em Portugal.

Nota de Abertura - Concorrência civilizada

Estrela inativaEstrela inativaEstrela inativaEstrela inativaEstrela inativa

João Carlos Espada

João Carlos Espada

Director do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa. Director de Nova Cidadania

Este número de Nova Cidadania é sobretudo dedicado à 26a edição do Estoril Political Forum, que decorreu de 25 a 27 de Junho no Hotel Palácio do Estoril, sob o título genérico de “Patriotismo, Cosmopolitismo e Democracia”.

Este título revela de certa forma o posicionamento global que estes encontros anuais vêm assumindo desde a sua estreia, no Convento da Arrábida, em 1993. Eles têm procurado ser um ponto de encontro e de diálogo civilizado entre sensibilidades diferentes — partilhando a defesa comum da democracia liberal e da aliança euro-americana — sobre os grandes temas dos Estudos Políticos e das Relações Internacionais. Este é também o compromisso fundamental da revista Nova Cidadania.

Ao longo destes últimos 25 anos, raras vezes a necessidade deste diálogo civilizado terá sido tão premente. Assistimos com preocupação à erosão do chamado “centro vital” nas democracias euro-americanas, com o correspondente declínio da civilidade do debate e da concorrência entre centro-direita e centro-esquerda. E assistimos com preocupação ao simultâneo crescimento de tribalismos rivais — entre populismos de sinal contrário, muitos deles anti-democráticos, outros simplesmente bizarros e de gosto duvidoso.

Todavia, esta infeliz polarização tende a ser descrita de forma enviesada em grande parte dos meios de comunicação social. Ela tende a ser atribuída sobretudo, quando não exclusivamente, ao chamado populismo da direita radical. Este populismo existe sem qualquer dúvida, e deve ser combatido sem hesitações. Mas não poderá ser derrotado se o populismo rival — o da esquerda radical — for ignorado. E, pior ainda, se algumas posições da esquerda radical começarem a ser aceites como normais pelo “centro vital” das democracias liberais.

Um destes conceitos da esquerda radical que tem vindo a ser aceite como normal é a hostilidade contra o sentimento nacional e a sua precipitada identificação com o nacionalismo agressivo e xenófobo. Esta hostilidade e esta identificação são totalmente contrários às tradições da direita e da esquerda democráticas e como tal devem ser denunciadas.

Um aspecto importante daquela hostilidade é a condenação de qualquer proposta de política de controlo da imigração como sendo contrária à democracia e reveladora de xenofobia. Trata-se de um erro fatal. A oposição à imigração descontrolada não é sinónimo de oposição a toda e qualquer imigração — um ponto que foi sublinhado por José Manuel Durão Barroso, precisamente neste Esto- ril Political Forum (infelizmente não dispomos da versão escrita da sua excelente intervenção).

Por outras palavras, é urgente re-descobrir a tradição de um patriotismo liberal e democrático — aquilo que William Galston chamou de “patriotismo razoável” na sua excelente Palestra Dahrendorf no Estoril Political Forum, que o leitor poderá ler nesta edição. Por outras palavras ainda, é possível reconciliar “patriotismo, cosmopolitismo e democracia”.

Mas esta reconciliação e aquela re-descoberta só serão possíveis se for restaurada a civilidade do debate, e da necessária concorrência, entre centro-direita e centro-esquerda nas democracias liberais. Fazemos votos de que o mais recente Estoril Political Forum e a presente edição de Nova Cidadania possam contribuir para a restauração dessa concorrência civilizada.


A Terceira República em Itália - A última estação de uma democracia ingovernável?

Estrela inativaEstrela inativaEstrela inativaEstrela inativaEstrela inativa

‘’Se queremos que as coisas fiquem como estão, as coisas terão de mudar’’

A imprensa italiana, os atores políticos, os cidadãos e muitos intelectuais em Itália insistem em considerar o início da presente legislatura como um ponto de viragem na história do país, chamando-lhe de ‘’Terza Repubblica’’ (a Terceira República). O nome é problemático, pelo menos de um ponto de vista formal: de facto, não há nem uma nova Constituição nem alterações estruturais à vigente. Contudo, a arena política italiana foi suficientemente transformada nas úl- timas décadas para justificar parcialmente o uso dessa denominação.

Depois de vos contar uma breve história das Repúblicas italianas, de modo a vos deixar mais confortáveis com alguns períodos políticos, irei sugerir-vos a famosa citação no Leopardo de Tomasi di Lampedusa: ‘’Se queremos que as coisas fiquem como estão, as coisas terão de mudar’’, que pode- rá ser ainda válida nesta nova estação da ingovernável democracia italiana.

Agradecemos o amável e generoso apoio dos nossos patrocinadores:

Logo Jerónimo Martins

Logo Fundação Calouste Gulbenkian

Logo Grupo José de Mello

logo ucp iep lisboa

Mais informações

Para mais informações em relação a patrocínios, por favor clique aqui para aceder ao formulário.

Please publish modules in offcanvas position.