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Tempos Preocupantes para a Democracia Liberal

A democracia liberal é co-natural à aspiração humana de viver em liberdade e, no mercado das ideologias, ainda é, e continuará a ser, a melhor de todas as alternativas.

Gostaria de começar por agradecer ao Instituto de Estudos Políticos o amável convite para poder aqui comentar a Palestra Comemorativa de Dahrendorf (Dahrendorf Memorial Lecture), que acaba de ser proferida pelo Professor Marc Plattner, cuja biografia e notável estatuto académico já foram referidos pelo anfitrião da nossa sessão e pelo presidente da mesa. No seguimento da intervenção do Professor Clifford Orwin, o meu objectivo será o de realçar as ideias mais importantes e os alertas deixados pelo nosso distinto orador principal, acrescentando, ainda, algumas notas pessoais para o debate que se seguirá ou para reflexão ulterior.

O Professor Marc Plattner é um reconhecido observador do mundo e especialista nessa construção ideológica e política chamada democracia liberal. Na sua palestra, apresentou-nos três grandes ângulos: primeiro, uma retrospectiva do último quarto de século, desde a vitória impulsionadora da terceira vaga de democratização até aos nossos dias, mais preocupantes e incertos; em segundo lugar, uma análise do conflito crescente entre a democracia e o seu inimigo latente – o autoritarismo; e, em terceiro lugar, algumas considerações perspicazes e recomendações sobre como resolver ou lidar com “o actual mal-estar da democracia liberal”, certamente a sua maior crise desde a Segunda Guerra Mundial.

Como grande pensador politico, com experiência adquirida ao longo do tempo, no Forum Internacional para os Estudos da Democracia do NED (National Endowment for Democracy) e como editor do Journal of Democracy, o Professor Marc Plattner não é nem um optimista utópico, nem um pessimista apocalíptico. Arriscaria dizer que, na esteira do caminho prudente e perspicaz de Lord Ralf Dahrendorf, estamos perante um democrata liberal realista, profundamente consciente das ameaças que comprometem essa opção, mas persistentemente confiante na sua bondade intrínseca, na sua superioridade moral, na sua importância enquanto traço distintivo e legado incontornáveis do Ocidente, e no seu eterno potencial para a manutenção ou construção de sociedades mais humanas, seguras, desenvolvidas e felizes.


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