Reitora da Universidade Católica Portuguesa
A universidade ergue-se como guardiã da esperança, o que significa promover a capacidade de sonhar, auxiliar a discernir, escutar as vozes em nosso redor, escutar o tempo e intervir nele
Santo Padre,
Bem-vindo! Reunidos neste campus da Universidade Católica Portuguesa estão estudantes, professores, colaboradores, alumni e amigos da nossa universidade e de outras universidades portuguesas e internacionais que, como peregrinos, de coração aberto, vos dão as boas vindas.
A Universidade Católica Portuguesa, nascida há 56 anos a partir da Faculdade de Filosofia fundada pela Companhia de Jesus, tem hoje 17 Faculdades e 4 campi distribuídos no território nacional (Lisboa, Porto, Braga e Viseu), tendo fundado também a atual Universidade de São José, em Macau. Temos 20.000 alunos, dos quais 25% internacionais, oriundos de 108 países diferentes, e mais de 2.000 professores e colaboradores. Somos uma universidade em saída, com forte sentido social e atribuindo bolsas de estudo e prémios a mais de 20% dos nossos alunos. Orgulhamo-nos, em particular, do trabalho com jovens em situação de fragilidade social e económica, migrantes e refugiados, apoiados ao abrigo do Fundo Papa Francisco.
A Universidade é, por definição, um espaço de busca, de diálogo e de acolhimento. Perante realidades marcadas por exclusão e desigualdade, numa época de incerteza, a universidade ergue-se como guardiã da esperança, o que significa promover a capacidade de sonhar, auxiliar a discernir, escutar as vozes em nosso redor, escutar o tempo e intervir nele, defendendo a dignidade das mulheres e homens e acreditando na sua capacidade de transformação. Na nossa atividade, conjuga-se a busca do conhecimento em prol da melhoria da condição humana, o discernimento ético que orienta a possibilidade de selecionar e agir, o cultivo da beleza e do gesto estético que é também uma busca do sentido no mundo. A universidade é por isso curadora do saber, filósofa da ação e gestora da beleza.
A universidade será sempre projeto, nunca obra acabada
Santo Padre, na Encíclica Laudato si’, convida-nos “a pensar num só mundo com um projeto comum” (Laudato si’, 164) e a acolher o mundo como um “sacramento de comunhão” (Laudato si’, 9). A ciência e a investigação requerem reconhecimento mútuo e capacidade de transformar e transcender, num envolvimento comunitário e colaborativo. A nossa proposta é rica em valores, porque decorre de uma específica visão cristã humanista da existência. Mas, para honrar esta tradição, devemos desafiar-nos constantemente. A universidade não existe para se preservar como instituição, mas para responder com coragem aos desafios do presente e do futuro. E por isso será sempre projeto, nunca obra terminada.
O lançamento do novo Campus Veritati da Universidade Católica Portuguesa cuja primeira pedra Vossa Santidade irá abençoar, alarga o espaço de acolhimento do nosso campus, aberto ao mundo, à escuta e à esperança. Neste momento tão significativo, dedicamo-vos também um gesto de beleza com a oferta da escultura ‘Senhora com livro’, do escultor Manuel Rosa e oferecemos conhecimento, anunciando a criação da nova cátedra “Economia de Francisco e de Clara”, dedicada a acolher iniciativas transversais em todas as áreas de saber da UCP, destinadas a promover os princípios da Economia de Francisco e a desenvolver um modelo social dignificador das pessoas e do ambiente.
Papa Francisco, bem-haja pela generosidade com que nos inspira na nossa missão. Rezamos por si. E obrigada pelo carinho fraternal para com os protagonistas do futuro, os jovens que se reúnem nestes dias em Lisboa e cujas vozes vamos agora ouvir.
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