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Adriano Moreira

Adriano Moreira

Antigo Presidente do Instituto de Altos Estudos da Academia das Ciências de Lisboa Professor Emérito da Universidade Técnica de Lisboa e do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa

Como forma de homenagear o Professor Adriano Moreira, reproduzimos aqui, Nova Cidadania 78, um artigo baseado na conferência proferida no Estoril Political Forum 2019 e publicado em Nova Cidadania 69. E juntamos à Homenagem um artigo publicado na Nova Cidadania 38 pelo Professor Manuel Braga da Cruz, na data da Sessão de Apresentação do livro de Memórias do Professor Adriano Moreira, na Sociedade de Geografia a 21 de Novembro de 2008. Juntamos também a Homenagem feita pela Senhora Reitora da Universidade Católica Portuguesa, Professora Isabel Capeloa Gil, no Estoril Political Forum 2019, na Sessão de Homenagem ao Professor Adriano Moreira. Este Dossier de Homenagem conta ainda com um artigo de Guilherme d’Oliveira Martins, bem como de um artigo de João Carlos Espada, publicado originalmente no Jornal Observador, a 31 de Outubro de 2022. Contamos ainda com um testemuho de Francisco Proença Garcia, assim como um artigo de Sílvia Mangerona, publicado originalmente no Jornal Observador a 23 de Outubro de 2022.

A Paz Mundial (nos 70 anos da NATO)

O século XX teve, nas duas guerras que foram chamadas mundiais, os dois acontecimentos que avisaram da deriva para o Outono Ocidental, sem bússola confiável, em que nos encontramos.

Nos dois casos, quer no conflito de 1914-1918, quer no conflito de 1939-1945, os EUA foram determinan- tes para a vitória, mas não pode esquecer-se que nos textos dos Tratados finais, está a dis- tinção entre aliados e associa- dos. Os EUA assumiram esta identificação última. Todavia, nas duas guerras, onde a sua in- tervenção foi determinante, para a vitória, também nos dois casos foi decisiva para a mu- dança da estrutura política da Europa, acompanhada da defi- nição, então fortalecida, do Oci- dente. De facto, foi o Presidente Woodrow Wilson, moderando os rigores de Clemenceau, que implantou o modelo “Estado Nacional” como elemento es- sencial da unidade europeia, extinguindo os Impérios: Ale- mão, Austro- Húngaro, Turco, e Russo, para, finalmente, os EUA não entrarem na Socieda- de das Nações. Esta definição não apagou a recordação euro- peia da “belle époque”, a qual, nota Jacques Barzun, “deve-se aos grandes sucessos artísticos da Década Cubista e aos espíri- tos extraordinários que promo- veram a reforma social e força- ram uma reviravolta política que modelou a conceção atual do Estado para todo o Ociden- te”: na sua observação agenda Wells, Chesterton, Belloc e Shaw. Mas a chamada “revira- volta” nas sedes políticas euro- peias, não extinguiu, depois da paz da guerra de 1914-1918, o facto europeu de “La main mise sur le monde”, que o famoso Raymond Aron diagnosticou deste modo: “o impulso pro- priamente político parece mais forte do que as motivações eco- nómicas. A ambição de grande- za e de glória que animava os governos pesam mais sobre o decurso dos acontecimentos, do que a influência mais ou menos camuflada das sociedades anó- nimas”. Anatole France pregava no deserto quando, já em 1905, se manifestava contra o que chamou “la folie coloniale”. [...]

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