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Francisco Proença Garcia

Francisco Proença Garcia

Tenente-Coronel, Professor, IEP-UCP

Foi uma longa viagem, 30 anos de exploração intelectual que só foi possível por ter estudado, conversado, aprendido e trabalhado com o Professor Adriano Moreira.

Conheci o Professor Adriano Moreira na primavera de 1992, era ele curador da Fundação Oriente e eu um aluno de mestrado em Relações Internacionais. Esse encontro que durou 30 anos deveu-se ao General Pedro Cardoso.

A minha vida académica iniciou-se nessa altura com os estudos sobre a África e o período colonial como pano de fundo. As teses de Mestrado mas sobretudo a de Doutoramento muito beneficiaram dos seus esclarecimentos, do seu conhecimento, da sua orientação, tendo tido o privilégio de ver a minha tese de doutoramento premiada e publicada contando com um prefácio seu.

Nesses quase 10 anos iniciais de contacto frequente fomos discutindo a Estratégia e a Guerra, o contexto internacional, a Europa e, claro, o estado exíguo em que nos tínhamos tornado. Neste período fomos criando cumplicidades e, já Doutor, os desafios passaram a ser diferentes. Primeiro no Instituto Português da Conjuntura Estratégica, onde organizo e apoio a publicação da Estratégia desde 2002 e, mais tarde, como Secretário-geral adjunto e depois Secretário-geral e Académico da Academia Internacional da Cultura Portuguesa e ainda como seu assistente na disciplina de Teoria das Relações Internacionais no nosso Instituto de Estudos Políticos (IEP) da Universidade Católica. Estes lugares permitiram-me privar de mais próximo com o Professor, dialogar sobre o papel das Instituições, a natureza e o exercício do Poder e sempre debater a importância da preservação do Eixo da Roda, que são os valores.

João Carlos Espada

João Carlos Espada

Director do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa. Director de Nova Cidadania

Aprendi com Adriano Moreira a lição do cavalheirismo, do espírito universitário e das regras impessoais que subjazem às instituições.

Tem sido muito comovente e muito merecida a homenagem que o país tem prestado a Adriano Moreira — primeiro no seu centenário, a 6 de Setem- bro, depois na sua morte, a 23 de Outubro. Não tenho a pretensão de conseguir acrescentar aqui um contributo significativo a esta comovente e muito merecida homenagem. Mas talvez me seja permitido um modesto agradecimento pessoal.

Conheci pessoalmente Adriano Moreira nos anos idos de 1983 (há quase 40 anos!) — quando o entrevistei no seu escritório, forrado de livros, de sua casa no Restelo, quando conheci também sua encantadora mulher, Mónica Lima Mayer. Eu estava na altura a preparar um dossier para a Revista do Expresso — então dirigida pelo meu querido e saudoso Amigo Vicente Jorge Silva — sobre uma dupla pergunta: “O que é ser de esquerda hoje?” e “O que é ser de direita hoje?” [que viria a ser publicado em dois capítulos, a 6 de Novembro de 1982, sobre a esquerda, e a 16 de Julho de 1983, sobre a direita].

Tive então o privilégio — obviamente só possível devido à chancela que o Expresso amavelmente concedeu a um desconhecido jornalista — de ouvir naquela ocasião vozes muito estimulantes da nossa vida intelectual (embora não necessariamente mediática). Recordo com saudade Victor Cunha Rego, Jorge Borges de Macedo, Franco Nogueira, Sottomayor Cardia, José Fernandes Fafe, António José Saraiva, para citar apenas alguns.

Guilherme d'Oliveira Martins

Guilherme d'Oliveira Martins

Conselho de Administração, Fundação Calouste Gulbenkian; Conselho Editorial, Nova Cidadania

Adriano Moreira teve uma vida plena. Teve um pensamento aberto que evoluiu. Marcou um longo período da história portuguesa.

A sua reflexão foi, até aos últimos tempos da sua vida, um apelo constan- te ao realismo na política internacional, aliado ao respeito e à compreen- são dos valores ligados à eminente dignidade da pessoa humana. A sua obra tem, pois, de ser lida em diálogo e confronto com, sendo que a democracia só se enriquece através do res- peito de diversas perspetivas. Num tempo em que a Ordem Internacional vive muitas incertezas e em que se gera a tentação da uniformidade e do pensamento único, a leitura das reflexões de Adriano Moreira permite compreender uma perspetiva importante da contemporaneidade, segundo uma dialética centrada no pluralismo e na complexidade. Que é a democracia senão a diversidade baseada no respeito dos direitos humanos?

Isabel Capeloa Gil

Isabel Capeloa Gil

Reitora da Universidade Católica Portuguesa

Na UCP acreditamos que o futuro se traça, mantendo e honrando a memória do passado e daqueles que o informaram.

Exmos Sr. Prof. Adriano Moreira, Sr. Prof. João Carlos Espada, Diretor do IEP, Sr Prof. Manuel Braga da Cruz, Familiares do Prof. Adriano Moreira, distintos convidados, minhas senhoras e meus senhores

A lectio magistralis que o Prof. Adriano Moreira acaba de proferir constitui exemplo último da generosidade do mestre para com os discípulos, que dele todos somos. As universidades constroem-se não de tijolos, mas de legados académicos, de grandes lições, que são também exemplo de uma vida dedicada à academia, à coisa pública, ao serviço do país e dos portugueses. O agradecimento da Universidade Católica Portuguesa, através do Instituto de Estudos Políticos, será sempre pálido face ao muito que ao Prof Adriano Moreira devemos e ao seu modelar contributo para a formação de juristas, na Faculdade de Ciências Humanas, primeiro, de cientistas políticos, no IEP, depois.

O tempo da Universidade Católica foi e é o tempo do Prof. Adriano Moreira que a acarinhou na sua fundação, a ajudou a caminhar nas décadas subsequentes, e dele é também o nosso presente. Participou no ato de fundação da Universidade, em Braga, em 1967, com presença na cerimónia de abertura ao lado de muitos professores de universidades estrangeiras e portuguesas, atestando a sua confiança na nova Universidade e prestigiando com a sua presença este ato fundacional.

Manuel Braga da Cruz

Manuel Braga da Cruz

Professor Catedrático e antigo Reitor (2000-2012) da Universidade Católica Portuguesa. Membro do Conselho Editorial de Nova Cidadania

Com este seu volume de Memórias, o Prof. Adriano Moreira dá, a quantos se interessam pelo estudo e compreensão da história contemporânea, a oportunidade de conhecer por dentro uma das maiores figuras que Portugal conheceu neste último século, cuja vida pública marcou profunda e decisivamente não apenas o curso político, mas também a vida universitária portuguesa, num raro exemplo de empenhamento cívico e patriótico.

Ao querer fazer esta apresentação na Sociedade de Geografia, entendeu o Prof. Adriano Moreira pôr em evidencia não só a importância desta instituição de gloriosas tradições na génese e desenvolvimento do conhecimento do Ultramar português e na definição de políticas ultramarinas, mas também a importância que a defesa e promoção de Portugal ultramarino tiveram na sua própria vida.

Este livro, como todos os livros de Memórias, é uma explicação que o Prof. Adriano Moreira dá de si próprio e do tempo de vésperas que foi o seu, não apenas para os seus contemporâneos, mas para a história. Não será possível, de futuro, entender a segunda metade do século XX português, sem a leitura deste livro.

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