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EPF 2022 - A Resistência da Ucrânia e o Futuro da Democracia

Carl Gershman

Carl Gershman

Presidente e fundador, National Endowment for Democracy

A invasão aconteceu num momento de um pessimismo geral e profundo acerca do futuro da democracia.

Duvido que entre nós haja alguém que não saiba que o mundo mudou drasticamente nos últimos meses, como resultado da invasão russa da Ucrânia a 24 de Fevereiro e da inesperadamente feroz resistência ucraniana. A invasão aconteceu num momento de um pessimismo geral e profundo acerca do futuro da democracia. Num artigo publicado no Journal of Democracy apenas um mês antes da invasão, Larry Diamond alertava que “Este é o momento mais negro para a liberdade em meio século”, com a democracia em risco devido ao “ressurgimento global do autoritarismo” e crescente colaboração para fazer avançar os interesses e normais autoritários. Esta apreensão atingiu o seu pico a 4 de Fevereiro, quando Vladimir Putin e Xi Jinping assinaram uma declaração conjunta que estabelecia formalmente entre a Rússia e a China uma parceria estratégia “sem limites” para expandir a sua influência global naquilo que chamaram - ironicamente, como em breve se perceberia - “um nova era… de transformação profunda.” Não tinha forma de saber, claro, que a invasão da Ucrânia, que Putin atrasou por favor a Xi até ao momento imediatamente a seguir à conclusão dos Jogos Olímpicos de Pequim, daria à ideia de uma nova era um significado muito diferente do que aquele que tinham pretendido.

E assim foi. Tal como disse o Presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky disse a uma sessão do Congresso americano em Março, a agressão da Rússia desencadeou “um terror que a Europa não via há 80 anos.” A invasão transformou a geopolítica da Europa. Revitalizou a aliança da NATO, cuja raison d’être defensiva estava a ser questionada desde o fim da Guerra Fria. Uniu os Estados Unidos e os seus aliados europeus numa agenda de apoio à Ucrânia, impondo à Rússia esmagadoras sanções financeiras e económicas, e acabando com a dependência ocidental de petróleo e gás russos. E impeliu a Alemanha a romper com quase sete décadas de acanhamento militar e perpétua aproximação com a União Soviética — e mais tarde com a Rússia de Putin — aumentando drasticamente os seus gastos com defesa e concordando em fornecer à Ucrânia armas pesadas e outros equipamentos militares. O chanceler alemão Olaf Scholz chamou a esta invasão Zeitenwende, um momento de viragem que significou a mudança de era.

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