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Manuel Braga da Cruz

Manuel Braga da Cruz

Professor Catedrático e antigo Reitor (2000-2012) da Universidade Católica Portuguesa. Membro do Conselho Editorial de Nova Cidadania

O P. João Seabra foi um dos rostos mais visíveis da Universidade Católica, com quem ele se identificou e com quem ela se identificou.

Morreu o P. João Seabra, Prémio Fé e Liberdade atribuído pelo Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica. Na sua vida multifacetada, sobressai a sua profunda ligação à Universidade Católica, onde foi aluno, capelão, professor, e Director do Instituto de Direito Canónico.

O P. João Seabra foi um dos rostos mais visíveis da Universidade Católica, com quem ele se identificou e com quem ela se identificou. O P. Seabra contribuiu de forma marcante para que a Universidade fosse Católica, não apenas no seu nome, mas na realidade. Através dele, a Universidade Católica marcou espiritualmente, e não apenas academicamente, várias gerações de estudantes. A Universidade foi durante muitos anos a sua casa. A ela regressava, com enorme satisfação, sempre que lhe era pedido um contributo. A Universidade Católica não teria sido o que foi, sem o P. João Seabra.

Manuel Braga da Cruz

Manuel Braga da Cruz

Professor Catedrático e antigo Reitor (2000-2012) da Universidade Católica Portuguesa. Membro do Conselho Editorial de Nova Cidadania

A sua vida foi uma sucessão de iniciativas notáveis que, se deixaram a sua marca pessoal, prosseguiram sem ele. O seu activismo impressionante, criador de obras extraordinárias, radicava numa grande paixão pela maior glória de Deus, pela Igreja.

Era assim que S. Inácio queria os jesuítas. Foi assim que, ao longo da história, se caracterizaram. Foi assim que foi o P. António Vaz Pinto, que acaba de falecer com 80 anos.

A sua vida foi uma sucessão de iniciativas notáveis que, se deixaram a sua marca pessoal, prosseguiram sem ele. O seu activismo impressionante, criador de obras extraordinárias, radicava numa grande paixão pela maior glória de Deus, pela Igreja.

Inteligente e culto, não se entregou à vida intelectual. Era um “intelectual orgânico”. Estudava e lia o suficiente para poder fecundar a sua acção apostólica. Seguia a vida cultural e política do país, procurando marcá-las a partir de fora, do ponto de vista religioso.

José Miguel Sardica

José Miguel Sardica

Professor, Faculdade de Ciências Humanas e Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa

Recordar uma vida e uma obra. O seu reinado, os seus exílios, e o seu legado.

1. A casa real Habsburgo foi uma das mais im- portantes linhagens de poder e de sangue na história da Europa e, seguramente, a maior monarquia católica do velho mundo ao longo de séculos. O seu ato de nascimento político remonta a 1278, quando Rodolfo de Habsburgo, um nobre de origem suíça, conquistou Viena. Vitórias militares e casamentos nobiliárquicos deram aos Habsburgo, para lá da Áustria, a Flandres, os Países Baixos, o Franco-Condado, a Espanha, Nápoles e a Sicília, a Boémia e a Hungria, bem como as Américas, no tempo de Carlos V, senhor de um vasto império sobre o qual o sol nunca se punha. A separação entre o ramo austríaco e o ramo espanhol dos Habsburgo enfraqueceu a ambição do lema «A-E-I-O-U», ou seja (e em latim), «Austriae est imperare orbi universo». Ainda assim, os monarcas de Viena ostentaram o título de Sacro Imperador Romano-Germânico até serem destitularizados por Napoleão Bonaparte, em 1806. No século XIX, expulsos da Lombardia e do Véneto pela unificação italiana, e da Confederação Germânica pelos Hohenzollern e por Bismarck, que fizeram nascer a nova Alemanha, os Habsburgo regressaram à sua configuração danubiana original.

A partir de 1867, o velho império austro-húngaro reinventou-se como uma Monarquia Dual (a Ausgleich), ainda e sempre a grande muralha católica da Europa face ao inimigo turco-otomano. Da Áustria aos Balcãs (a Bósnia foi a sua última conquista, já em 1908), da Boémia à Galícia (isto é, partes da Polónia e da região oeste da atual Ucrânia), da Hungria à Morávia ou à Eslavónia, o império austro-húngaro era, no início do século XX, um gigantesco conglomerado, garante da estabilidade possível na vasta Mitteleuropa, com 52 milhões de habitantes, 18 reinos ou Estados, 14 línguas e quatro religiões. E, no entanto, séculos de história de liderança europeia desfizeram-se em apenas quatro anos – o quadriénio da Grande Guerra de 1914-1918.

Luís de Almeida Sampaio

Luís de Almeida Sampaio

Embaixador de Portugal em Praga, República Checa

É fundamental deixar claro que não se ignora que a ordem internacional foi gravemente posta em causa pela invasão russa da Ucrânia.

Muitas vozes com responsabilidades políticas, intelectuais e académicas acreditam que o futuro da Europa se joga na Ucrânia – novamente invadida pela Rússia desde 24 de fevereiro de 2022 e barbaramente agredida, designadamente através de ações militares que alguns observadores não hesitam em considerar podem configurar crimes de guerra e crimes contra a humanidade – e defendem que tudo deve continuar a ser feito (dentre o que está ao alcance dos países amigos da Ucrânia, nomeadamente dos Estados membros da União Europeia e da NATO, no quadro dos limites impostos pelos Tratados que regem estas Instituições), para garantir que a Ucrânia possa afirmar o seu direito à autodefesa e o seu direito à autodeterminação.

Simultaneamente, não faltam outras vozes, com indiscutível equivalente responsabilidade política e credenciais intelectuais e académicas, que insistem na necessidade e urgência de uma rápida solução negociada para o conflito, mesmo que para tanto a Ucrânia deva fazer concessões – desde logo territoriais, mas também limitando a sua soberania e o seu direito à autodeterminação – e que o Ocidente deve encontrar formas e mecanismos de acomodar as pretensões e exigências russas, que estão na base da narrativa utilizada pelo Kremlin para justificar a invasão.

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