
António Fontes Ramos
General, Professor Convidado, IEP-UCP

Francisco Proença Garcia
Tenente-Coronel, Professor, IEP-UCP
Sem capacidade de dissuasão efetiva estará sempre aberto o caminho para a pressão, intimidação ou coerção indevidas.
A guerra A designação de “operação militar especial” com que Putin cunhou a agressão à Ucrânia, é um triste disfarce para a invasão armada de um país soberano que ele próprio considerou estar na origem da fundação da Rússia.É uma guerra premeditada, não provocada, nem justificada por razões atuais.É, portanto, uma grosseira violação do direito internacional que a Rússia diz partilhar como membro das Nações Unidas. O que está em causa, porém ultrapassa esta guerra e visa garantir o “domínio imperial da Rússia sobre o leste da Europa” como bem notou Max Fisher do New York Times em 24 de fevereiro. Putin quer alterar a presente ordem de segurança europeia. E começou pela Ucrânia.
Estamos num momento crítico do futuro internacional que, desde a Paz de Vestefália de 1648, assenta no respeito pela igualdade soberana dos Estados agora publicamente violada, e numa altura em que face aos desaires em combate, após 6 dias de impiedosa violência, o presidente russo ordenou a prontidão operacional dos seus sistemas nucleares.

M. Anthony Mills
Senior fellow, American Enterprise Institute, Senior fellow, Pepperdine School of Public Policy.
Os recentes eventos no Leste Europeu viciam o sofisma de que a decadência do Ocidente de alguma forma impede a defesa do liberalismo, especialmente quando confrontado com as atrocidades morais cometidas por regimes não liberais.
Este artigo foi originalmente publicado na revista Law & Liberty, a 8 de Março de 2022.
Mil novecentos e cinquenta e seis — quando a União Soviética invadiu a Hungria — foi, de acordo com o historiador marxista Eric Hobsbawm, o ano em que “os comunistas britânicos viveram no limite do equivalente político a um colapso nervoso colectivo”. Se 2016 não constituiu um ano assim para os conservadores do Ocidente, então talvez 2022 - quando a Rússia de Vladimir Putin invadiu a Ucrânia — assim o seja, pelo menos para aqueles que se cobrem com o manto do nacionalismo populista.
A invasão soviética da Hungria dividiu a Esquerda. Depois de 1956, muitos marxistas no Ocidente perceberam que não podiam continuar a apoiar ou permanecer ambíguos em relação à União Soviética, o que os levou a repensar ou abandonar os seus compromissos políticos. Tal como a esquerda marxista em 1956, a Direita nacionalista e populista de hoje está a fracturar-se perante as acções imperialistas de uma Rússia iliberal. Uma vez mais, os parâmetros do debate sobre o futuro da ordem internacional liberal foram realçados pela realidade sangrenta da sua alternativa. Irá a Nova Direita, como a Velha Esquerda, emergir castigada e transformada como resultado?
Abertura
Celebrando a democracia liberal pluralista

João Carlos Espada
Director do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa. Director de Nova Cidadania
A ‘hora mais negra’ regressou à Europa com a infame invasão da Ucrânia pelo banditismo político-militar do czar soviético Vladimir Putin.É altura de evocar Winston Churchill.