Ucrânia - O que quer Putin?
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Lívia Franco
Professora, IEP-UCP
Vladimir Putin está a reforçar o seu jogo num xadrez internacional onde a sua posição e agenda contam cada vez menos.
A levar a sério as sucessivas declarações de Vladimir Putin e do aparelho diplomático russo, o Kremlin está preocupado com a degradação da situação político-militar no Donbass, região leste da Ucrânia, e com as difíceis condições de vida das populações que, numa expressiva maioria, são russófonas.
E contudo esta não é uma situação nova. Muito pelo contrário, arrasta-se desde que, em 2014, a península da Crimeia (que alberga a única base naval russa com acesso aos mares quentes) foi ocupada e anexada precisamente pela Federação russa, e desde que a situação de insurgência de baixa mas persistente intensidade resultou na declaração unilateral de independência das auto-proclamadas Repúblicas de Donetsk e Lugansk. Passados quase oito anos sobre estes acontecimentos, porque é que só agora o Kremlin resolveu reconhecer a declaração desses territórios separatistas e porque o faz no seguimento de um processo de evidente concentração militar na fronteira com aquela zona ucraniana?
Parte da resposta a estas questões encontra-se no valor estratégico que a Ucrânia no seu todo, mas em particular naquela zona contigua ao território russo e costeira ao mar Azov, tem e sempre teve para Moscovo.
António Fontes Ramos
General, Professor Convidado, IEP-UCP
Francisco Proença Garcia
Tenente-Coronel, Professor, IEP-UCP
Sem capacidade de dissuasão efetiva estará sempre aberto o caminho para a pressão, intimidação ou coerção indevidas.
A guerra A designação de “operação militar especial” com que Putin cunhou a agressão à Ucrânia, é um triste disfarce para a invasão armada de um país soberano que ele próprio considerou estar na origem da fundação da Rússia. É uma guerra premeditada, não provocada, nem justificada por razões atuais. É, portanto, uma grosseira violação do direito internacional que a Rússia diz partilhar como membro das Nações Unidas. O que está em causa, porém ultrapassa esta guerra e visa garantir o “domínio imperial da Rússia sobre o leste da Europa” como bem notou Max Fisher do New York Times em 24 de fevereiro. Putin quer alterar a presente ordem de segurança europeia. E começou pela Ucrânia.
Estamos num momento crítico do futuro internacional que, desde a Paz de Vestefália de 1648, assenta no respeito pela igualdade soberana dos Estados agora publicamente violada, e numa altura em que face aos desaires em combate, após 6 dias de impiedosa violência, o presidente russo ordenou a prontidão operacional dos seus sistemas nucleares.
As Verdadeiras Cores do Liberalismo
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M. Anthony Mills
Senior fellow, American Enterprise Institute, Senior fellow, Pepperdine School of Public Policy.
Os recentes eventos no Leste Europeu viciam o sofisma de que a decadência do Ocidente de alguma forma impede a defesa do liberalismo, especialmente quando confrontado com as atrocidades morais cometidas por regimes não liberais.
Este artigo foi originalmente publicado na revista Law & Liberty, a 8 de Março de 2022.
Mil novecentos e cinquenta e seis — quando a União Soviética invadiu a Hungria — foi, de acordo com o historiador marxista Eric Hobsbawm, o ano em que “os comunistas britânicos viveram no limite do equivalente político a um colapso nervoso colectivo”. Se 2016 não constituiu um ano assim para os conservadores do Ocidente, então talvez 2022 - quando a Rússia de Vladimir Putin invadiu a Ucrânia — assim o seja, pelo menos para aqueles que se cobrem com o manto do nacionalismo populista.
A invasão soviética da Hungria dividiu a Esquerda. Depois de 1956, muitos marxistas no Ocidente perceberam que não podiam continuar a apoiar ou permanecer ambíguos em relação à União Soviética, o que os levou a repensar ou abandonar os seus compromissos políticos. Tal como a esquerda marxista em 1956, a Direita nacionalista e populista de hoje está a fracturar-se perante as acções imperialistas de uma Rússia iliberal. Uma vez mais, os parâmetros do debate sobre o futuro da ordem internacional liberal foram realçados pela realidade sangrenta da sua alternativa. Irá a Nova Direita, como a Velha Esquerda, emergir castigada e transformada como resultado?
Defendendo a Ucrânia; Evocando Churchill
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Abertura
Celebrando a democracia liberal pluralista
João Carlos Espada
Director do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa. Director de Nova Cidadania
A ‘hora mais negra’ regressou à Europa com a infame invasão da Ucrânia pelo banditismo político-militar do czar soviético Vladimir Putin. É altura de evocar Winston Churchill.
Sumário #76
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Palestra Alexis de Tocqueville 2022
Ensaio
Ucrânia
Defendendo a Ucrânia;
Evocando Churchill
Por João Carlos Espada
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As Verdadeiras Cores do Iliberalismo
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