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Mário Pinto

Mário Pinto

Professor Catedrático Jubilado, Universidade Católica Portuguesa; Presidente do Conselho Editorial Nova Cidadania

Discurso pronunciado na sessão da entrega do Prémio Fé e Liberdade, em 17 de Fevereiro de 2022, atribuído pelo IEP-UCP ao Professor Jorge Miranda.

Magnífica Reitora da Universidade Católica, Prof.ª Isabel Gil, Senhor Director do IEP, Prof. João Carlos Espada, Senhor Prof. Jorge Miranda, Senhores Professores, Senhores Graduados do IEP, Senhores Alunos do IEP, Senhores Colaboradores, Senhoras e Senhores

1. Este é um dia para mim gratíssimo, em que o Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, sob a direcção do Prof. João Carlos Espada, com a superior aprovação da Magnífica Reitora da Universidade Católica, Prof.ª Isabel Gil, e sem dúvida com o aplauso de todos nós, aqui, e de tantos outros que cordialmente nos acompanham à distância, deseja, de modo solene, dignificar publicamente a pessoa e a vida do Prof. Doutor Jorge Manuel Moura Loureiro de Miranda, conferindo-lhe o Prémio Fé e Liberdade.

2. Este é um dia para mim gratíssimo, em que o Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, sob a direcção do Prof. João Carlos Espada, com a superior aprovação da Magnífica Reitora da Universidade Católica, Prof.ª Isabel Gil, e sem dúvida com o aplauso de todos nós, aqui, e de tantos outros que cordialmente nos acompanham à distância, deseja, de modo solene, dignificar publicamente a pessoa e a vida do Prof. Doutor Jorge Manuel Moura Loureiro de Miranda, conferindo-lhe o Prémio Fé e Liberdade.

Carlos Guimarães Pinto

Carlos Guimarães Pinto

Director Executivo, Instituto + Liberdade. Deputado. Professor Convidado, IEP-UCP

Os acontecimentos do passado servem-nos de aviso para o que pode acontecer e devemos tentar evitar no futuro.

A Memória importa. Os acontecimentos do passado servem-nos de aviso para o que pode acontecer e devemos tentar evitar no futuro. Hoje estamos aqui a lançar uma exposição sobre as consequências dos regimes totalitários na Europa. Cada um dos regimes (seja comunista, fascista ou nazi) teve a sua especificidade, mas também muitos elementos em comum. Têm em comum as consequências: as mortes, as perseguições, os presos políticos e as limitações à liberdade. No entanto, também têm em comum aspectos sobre a forma como apareceram. Por vezes existe a ilusão de que os regimes totalitários aparecem apenas porque alguém muito mau conquista o poder do nada. Na maioria dos casos, isso não é verdade. As liberdades vão-se perdendo e desgastando, primeiro devagar e depois, quando a perda se torna irreversível, muito depressa. Ingénuo é também pensar que estes regimes surgem com o conhecimento geral das suas consequências, que quando as liberdades são retiradas, todos sentem isso como algo negativo. Na maioria dos casos, não é assim. As liberdades são retiradas com desculpas que nas circunstâncias do momento até podem parecer justificadas para uma parte da população. As guerras e outras crises são alturas fáceis para retirar liberdades, em alguns casos com a promessa de serem retiradas temporariamente. Muitas vezes nunca mais são recu- peradas. Temos por isso que ser muito cuidadosos com as liberdades que abdicamos, por muito excepcionais que sejam as alturas e por muito justificadas que essas perdas temporárias de liberdades nos pareçam.

José Manuel Sardica

José Manuel Sardica

Professor, Faculdade de Ciências Humanas e Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa

No século XX houve muitas ditaduras e ditadores, alguns fascismos, mas somente dois totalitarismos, o alemão e o soviético.

Depois de um curto século XX que foi uma “Era dos Extremos”, o século XXI já se tornou, porventura, uma era de incerteza, traduzida em crise e desânimo, radicalismo e contestação – mesmo antes de a anormalidade pandémica ter vindo exacerbar sentimentos de perda que já minavam as certezas da globalização ou os confortos oferecidos pela democracia e pelas liberdades que lhe são conexas.

Na frente política, as fissuras abertas na credibilidade e na solidez das democracias têm vindo a alimentar populismos vociferantes e transmutações iliberais em alguns países ou zonas do mundo, produzidos tanto por direitas securitárias como por esquerdas politicamente corretas. O espetro do regresso das ditaduras por via dos “neos” (o “neofascismo” é o exemplo mais corrente) parece espreitar, se não a cada eleição, pelo menos a cada sobressalto económico, social, de saúde pública ou de tensão internacional. A cacofonia de conceitos, porém, não ajuda ao rigor terminológico e a uma reflexão mais sábia e ponderada do que realmente está em causa, do quanto um presente espúrio canibaliza sombras do passado ou, pelo contrário, produz fenómenos novos, que precisam de novas grelhas de avaliação.

João Pereira Coutinho

João Pereira Coutinho

Professor, IEP-UCP

Holodomor, a grande fome soviética promovida por Estaline em 1932-1933 e que provocou 4 milhões de mortes só na Ucrânia (estimativa conservadora), é conceito obscuro.

Amanhã [25 de Novembro] será o quarto sábado de novembro. O que significa que será altura de relembrar o Holodomor. Escrevo essa palavra – Holodomor – e pressinto que muitos leitores não sabem do que estou a falar.

Esse desconhecimento é revelador da forma ambígua como o mundo olha para os crimes do comunismo, sobretudo quando comparados com os crimes do nazismo. Se eu tivesse escrito “Holocausto”, não haveria dúvidas. Mas Holodomor, ou seja, a grande fome soviética promovida por Estaline em 1932-1933 e que provocou 4 milhões de mortes só na Ucrânia (estimativa conservadora), é conceito obscuro.

Para preencher essa lacuna, recomendo um livro: “Red Famine”, de Anne Applebaum. Depois do clássico de Robert Con- quest, “The Harvest of Sorrow”, publicado em 1986, a obra magistral de Applebaum é um monumento historiográfico contra o esquecimento.

Não é uma experiência agradável, aviso já, porque a martirizada Ucrânia sempre foi aquele elemento estranho na mundividência bolchevique – um problema político, pela sua forte identidade nacional; uma oportunidade económica, por ser o celeiro da Europa.

Aula Aberta, Evento IEP

João Carlos Espada

João Carlos Espada

Director do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa. Director de Nova Cidadania

Holodomor é uma das mais chocantes expressões de como as ideias têm consequências.
em parceria com Instituto + Liberdade e Cultura at Católica, no âmbito da Exposição Itinerante internacional “Totalitarismo na Europa”, a 24 de Novembro de 2021.

Boa Tarde a todos. Muito obrigado pela vossa presença.

Gostaria de começar por exprimir um agradecimento muito especial ao Prof. Carlos Guimarães Pinto, presidente do Instituto mais Liberdade, por ter proposto ao nosso IEP-UCP esta nobre iniciativa conjunta evocativa da tragédia do Holodomor. Agradeço também muito enfaticamente aos nossos oradores convidados que nos dão o prazer e o privilégio de estar connosco neste debate.

Gostaria ainda de dizer breves palavras para explicar por que motivo incluímos esta evocação da tragédia do Holodomor numa Aula Aberta da cadeira de Mestrado e Doutoramento intitulada “Tradition of Liberty”, que tenho o prazer e privilégio de leccionar. Trata-se de uma cadeira sobre ideias políticas — história das ideias políticas, sobretudo, embora não exclusivamente, no século XX. Não se trata, por isso, de uma cadeira de História dos acontecimentos políticos do século XX.

No entanto, no centro da cadeira Tradition of Liberty sobre as ideias políticas está a premissa fundamental de que as ideias têm consequências. E as ideias políticas têm e tiveram retumbantes consequências políticas — algumas delas simplesmente trágicas.

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