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Ucrânia - O que quer Putin?

Lívia Franco

Lívia Franco

Professora, IEP-UCP

Vladimir Putin está a reforçar o seu jogo num xadrez internacional onde a sua posição e agenda contam cada vez menos.

A levar a sério as sucessivas declarações de Vladimir Putin e do aparelho diplomático russo, o Kremlin está preocupado com a degradação da situação político-militar no Donbass, região leste da Ucrânia, e com as difíceis condições de vida das populações que, numa expressiva maioria, são russófonas.

E contudo esta não é uma situação nova. Muito pelo contrário, arrasta-se desde que, em 2014, a península da Crimeia (que alberga a única base naval russa com acesso aos mares quentes) foi ocupada e anexada precisamente pela Federação russa, e desde que a situação de insurgência de baixa mas persistente intensidade resultou na declaração unilateral de independência das auto-proclamadas Repúblicas de Donetsk e Lugansk. Passados quase oito anos sobre estes acontecimentos, porque é que só agora o Kremlin resolveu reconhecer a declaração desses territórios separatistas e porque o faz no seguimento de um processo de evidente concentração militar na fronteira com aquela zona ucraniana?

Parte da resposta a estas questões encontra-se no valor estratégico que a Ucrânia no seu todo, mas em particular naquela zona contigua ao território russo e costeira ao mar Azov, tem e sempre teve para Moscovo.

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