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Obituário - Maria de Sousa - Ciência e Cidadania

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Maria de Sousa (1939-2020) foi uma médica, bióloga e mulher de cultura e de ciência de exceção, que nos deixou vítima do terrível COVID-19. Ensaísta de mérito, escreveu “Meu Dito, Meu Escrito” (Gradiva, 2014), onde se encontra a força e a alegria da sua personalidade única.

Maria de Sousa (1939-2020) foi uma médica, bióloga e mulher de cultura e de ciência de exceção, que nos deixou vítima do terrível COVID-19. Ensaísta de mérito, escreveu “Meu Dito, Meu Escrito” (Gradiva, 2014), onde se encontra a força e a alegria da sua personalidade única. Era Professora Emérita da Universidade do Porto e fez um brilhante percurso internacional no Reino Unido (onde foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian) e nos Estados Unidos. Encontrei sempre em Maria de Sousa, que conheci em 1985, através de Mário Soares, o genuíno entusiasmo de quem procura em cada momento o modo de chegar à dignidade humana pela vida, pelas ideias, pelo entendimento da complexidade, pela compreensão de que a descoberta corresponde ao sentido crítico e ao permanente inconformismo. Daí dar tanta importância ao desassossego, que nos leva ao exemplo, à aprendizagem e à experiência. Em 1966 tornou-se notada ao publicar no “Journal of Experimental Medicine” e na “Nature” dois artigos relatando descobertas fundamentais em imunologia na sequência de estudos realizados nos laboratórios do “Experimental Biology do Imperial Cancer Research Fund” em Mill Hill (Londres).

Obituário - Leonardo Mathias (1936-2020)

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A morte tem sempre qualquer coisa de inesperado, mesmo para quem como ele, há muito ausente e debilitado, dela parecia estar próximo.

Sim, tão aquém do que fora! Tão diferente do meu irmão de sempre que eu teimava em querer reencontrar de cada vez que nos acontecia estarmos juntos. Sorria-me com um sorriso parado e nada dizia. Apenas sorria. E eu deixava-me ficar a seu lado. Ao Leonardo se aplica com toda a propriedade a formulação feliz de um diplomata brasileiro: “Na diplomacia, o traço todo da vida”, 1 porquanto também nela se encontrou e plenamente se realizou. Entrou para o MNE muito cedo, logo após a universidade, e aí descobriu, a par de uma verdadeira vocação, a sua razão de ser. De facto, amava a diplomacia em toda a sua multifacetada dimensão, incluindo ritos e tradições, e dela soube extrair o essencial em termos pessoais e profissionais. Com entusiasmo, empenho, lucidez, uma lucidez lúdica tão a seu modo, espécie de desafiante jovialidade. A tudo, aliás, se entregava com alegria sem, contudo, jamais perder o sentido da medida. Em definitivo, ser diplomata, estar na diplomacia, representar o Estado português, foi para ele o modo mais eloquente de servir o país. De o valorizar, distinguir, afirmar. Ao lado dos outros, ou, se necessário, contra eles. Como dizê-lo? A diplomacia vivida como expressão sublimada do sentimento patriótico. Era isto ou qualquer coisa de muito parecido com isto que o animou ao longo de todo o seu percurso. Há convicções que são fidelidades. Politicamente conservador e eminentemente europeu pelo espírito, as referências, a cultura, a sua própria vivência – as suas cidades eram Roma, Madrid, Paris, Genebra – tinha uma autêntica paixão pelo mundo da política internacional, que conhecia em pormenor, os quês e os porquês, as crises e os protagonistas, os cantos e recantos, se assim me posso exprimir. Bastava percorrer as estantes da sua biblioteca para disso nos apercebermos. Acima de tudo, o Leonardo era um homem bom. Sem ódios ou invejas. Sem mesquinhezes, tão-pouco.

Obituário - José Cutileiro (1935-2020)

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José Manuel Durão Barroso

José Manuel Durão Barroso

Antigo presidente da Comissão Europeia, Director do Centro de Estudos Europeus do IEP-UCP, Conselho Editorial Nova Cidadania

Antigo presidente da Comissão Europeia lembra o longo caminho de trabalho comum com o falecido embaixador, iniciado em 1987 e que se prolongou até aos tempos em que liderou a União Europeia. Durão Barroso realça a sua vasta cultura e o intelecto cético.

Homenagem - A Alma de João Paulo II

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Capaz de cortar através de realidades políticas que pareciam intratáveis, enquanto focava a sua luz naqueles que pareciam ser os recantos mais negros da condição humana

Pouco depois da morte do Papa João Paulo II, no dia 2 de abril de 2005, Henry Kissinger disse à BBC News que seria difícil imaginar alguém com maior impacto no século XX do que o padre e bispo polaco que, na noite da sua eleição em 1978, descreveu-se como um homem que havia sido chamado para Roma a partir de um ‘’país longíquo’’. A avaliação de Kissinger é mais notável ainda pelo facto de que o antigo Secretário de Estado dos EUA – ele próprio uma figura controversa da história moderna – não se ter cruzado filosofica ou religiosamente com a vida, pensamento e ação de Karol Józef Wojtyla. Uma década e meia mais tarde, vale ainda a pena ponderar o que poderia significar o tributo extraordinário de Kissinger. Porque seria então que o Papa João Paulo II teria sido a figura mais emblemática do século XX? Qual foi a relação entre os feitos do Papa polaco – tanto para a Igreja como para o mundo – e a virtude heróica que a Igreja Católica lhe reconheceu formalmente, aquando da sua canonização enquanto São João Paulo II a 27 de abril de 2014?

Numa conversa no apartamento papal em março de 1996, João Paulo II disse, a propósito de tentativas anteriores de biógrafos de contar a história da sua vida, ‘’Eles tentam compreender-me a partir de fora. Mas eu só posso ser compreendido a partir de dentro.’’ Ele sabia que era uma figura de importância histórica. No entanto, a sua história, insistia, era uma que só podia ser lida a partir do interior do prisma da sua alma, caso aqueles que procurassem entendê-lo a si e à sua obra quisessem realmente perceber aquilo que o motivava. Assim, no vigésimo aniversário da publicação de Witness to Hope, revisitar a alma de São João Paulo II irá enquadrar propriamente a história da sua vida até o ano 2000. Karol Wojtyla, o homem que veio a ser João Paulo II, tinha uma alma intensamente polaca: não apenas no sentido de uma personalidade formada por uma experiência étnica em particular, mas no sentido mais lato de uma alma formada por uma história e cultura distintivas. Nascido em 1920, é membro da primeira geração de polacos nascidos num estado polaco independente desde o final do século XVIII; mas foi a experiência nacional polaca entre a eliminação da Polónia do mapa da Europa em 1795 e a restauração da independência em 1918 que foi decisiva na formação da alma de João Paulo II. Pois durante esse 123 anos no deserto – anos em que a Polónia não apareceu em qualquer mapa da Europa – a Polónia-nação sobreviveu à viviseção da Polónia-Estado através da sua cultura: a sua língua, a sua literatura e a sua fé católica.

Palestra Conversas sobre a Europa - Política Externa da União Europeia

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Herman Van Rompuy

Herman Van Rompuy

Presidente European Policy Center. Primeiro-Ministro da Bélgica (2008-2009). Presidente do Conselho Europeu (2009-2014)

Comunicação apresentada na Aula Aberta online com José Manuel Durão Barroso a 2 de Junho de 2020.

No campo da política externa existem diversos atores na União porque temos 27 estados-membro soberanos, bem como as instituições da UE. A política externa em si é um conceito múltiplo, porque cada área específica, tal como o comércio internacional ou o clima, tem uma dimensão externa.

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