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Winston Churchill in/na Madeira

Miguel Albuquerque

Miguel Albuquerque

Presidente do Governo Regional da Madeira

Cinquenta e quatro anos após a sua morte e 119 anos depois de ter entrado no Parlamento pela primeira vez – porque é que Churchill está na moda?

Churchill desmente categoricamente as teses dos historiadores marxistas ou estru-turalistas que veem na história uma mera narrativa de factores económicos e impessoais.

Winston Churchill in/na Madeira O ponto central da vida de Churchill é demonstrar que, de facto, um Homem pode fazer a diferença. Os principais biógrafos e historiadores concordam neste ponto crucial – A.J. Taylor; Martin Gilbert; Andrew Roberts; Max Hastings; Lukas; Roy Jenkins.

Ao longo da sua vida pública conseguimos reconhecer vezes sem conta o impacto que a sua personalidade teve sobre o Mundo e sobre os acontecimentos.

Churchill era um visionário – percebeu muitas vezes, antes de todos os outros, os acontecimentos e agiu em consequência da sua visão e intuição. Não foi por acaso que foi ele que iniciou a resistência ao nazismo triunfante no Continente Euro-peu; não foi por acaso que foi ele quem denunciou, antes de todos os outros, a ameaça do totalitarismo comunista sobre a Europa Ocidental, usando a expressão “Cortina de Ferro”, durante um discurso que pronunciou na cidade de Fulton, Missouri, em 1948.

- Na tarde de 28 de Maio de 1940 - na célebre de reunião do Gabinete, com Chamberlain, Halifax, Sinclair, líder do Partido Liberal, e Clement Atleet – Chur-chill, contra tudo e contra todos – persistiu e tomou a decisão da sua vida – deviam os soldados britânicos continuar a combater numa guerra que era dada como perdida? Ou deviam optar por algum tipo de acordo?

Foi este o momento crucial: - Se nesse dia a Grã-Bretanha, como queriam quase todos os membros do Gabinete de Guerra, tivesse optado pela política de acordo ou de apaziguamento com os Nazis, a Europa não seria o que é hoje.

Daí a célebre frase de Churchill “Apazi-guador é aquele que vai dando de comer a um crocodilo, na esperança de ser devorado em último lugar.”

CHURCHILL ERA TAMBÉM UM EPICURISTA
Bebia, fumava, tinha uma vida financeira desregulada e disfuncional, hoje não podia salvar a Europa.

Não alinhava com as modas e os cânones do politicamente correcto, que hoje confunde virtudes públicas com virtudes privadas.

Em 1937 Hitler pousou para a capa da revista Alemã – “Auf der Wacht” – com a seguinte legenda “O nosso Fuhrer Adolf Hitler não bebe álcool nem fuma... O seu desempenho no trabalho é incrível”. O contraponto destas pretensões alemãs – que hoje seriam integradas nos valores pequeno-burgueses do politicamente cor-recto - poderiam ser encontradas na réplica que Churchill deu ao General Montgomery sobre a vida saudável..

Winston Churchill in/na Madeira

Certa vez, com ar de censura Monty declarou a Churchill “Não bebo, não fumo, durmo muito. É por isso que estou 100% em forma.”

Resposta do Churchill: “ Bebo muito, durmo pouco e fumo charuto atrás de cha-ruto. É por isso que estou 200% em forma.”

Por último, Churchill era um homem muito culto, intelectualmente curioso, escritor prolífero e incansável, e formado em valores muito sólidos. Era um orgulhoso herdeiro e representante da tradição euro-peia e ocidental da liberdade ordeira sobre a lei. A sua filosofia política assentava na tradição grega, romana, judaica e cristã, e amiúde recordava os princípios esboçados na Magna Carta de 1215 – e proclamados na Revolução Inglesa de 1688 e na Revolução Americana de 1776.

Winston Churchill in/na Madeira

Espada procura decifrar o “Mistério Britânico”. A este respeito, ele sustenta-se no grande estadista anglo-irlandês Edmund Burke.

Miguel Albuquerque
Winston Churchill in/na Madeira
Aletheia Editores, 2018


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