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ACEGE Funchal - Populismo vs. Vanguardismo

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Palestra proferida a 5 de julho de 2018 na Associação Cristã de Empresários e Gestores, no Funchal

G ostaria de começar por agradecer muito enfaticamente a vossa presença e o muito amável convite que o Professor Ricardo Gouveia, Presidente da ACEGE-Madeira, me dirigiu para estar aqui hoje convosco no Funchal.

O tema da minha breve apresentação prende-se com a preocupante situação que estamos a atravessar na União Europeia. Esta situação é usualmente descrita pelos meios de comunicação social como sendo dominada pelo crescimento dos partidos populistas, nalguns casos racistas e até xenófobos.


 

Ensaio - Bem-aventurança que nos salva

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A liberdade religiosa e o encontro entre convicções obrigam a estarmos disponíveis para ouvir e para caminhar juntos, sendo capazes de nos colocarmos no lugar dos outros.

No momento em que o Poeta Doutor José Tolentino Mendonça assume as funções de Arquivista e Bibliotecário da Santa Sé e é investido como Arcebispo de Suava, importa lembrar a ação que desenvolveu nos meios culturais como poeta consagrado, que tem procurado abrir horizontes de diálogo com os meios intelectuais numa perspetiva de troca de ideias, de enriquecimento mútuo e de um melhor conhecimento das preocupações espirituais do mundo contemporâneo, a partir da laicidade, da liberdade religiosa, numa sociedade aberta e pluralista. Simbolicamente o novo Arcebispo adotou como lema a frase “Olhai os lírios do campo” (Mt., 6, 28) e escolheu como símbolos os lírios, um elefante, e o Alfa e o Ómega da mensagem bíblica do Filho do Homem. O elefante representa a velha e mítica ligação dos portugueses a Roma, de que a célebre embaixada do Rei D. Manuel ao Papa Leão X em 1514 é uma indelével referência, enquanto os lírios representam a simplicidade da vida. A leitura de «Elogio da Sede» (Quetzal, 2018) permite-nos compreender melhor a alegria e a disponibilidade pessoal com base no entendimento da sede como “bem-aventurança que nos salva”.«Não é fácil reconhecer que se tem sede. Porque a sede é uma dor que se descobre pouco a pouco dentro de nós, por detrás das nossas habituais narrativas defensivas, asséticas ou idealizadas; é uma dor antiga que sem percebermos bem como encontramos reavivada, e tememos que nos enfraqueça; são feridas que nos custa encarar, quanto mais aceitar na confiança». Eis por que razão, o poeta nos põe de sobreaviso contra a indiferença, contra o encolher de ombros do relativismo. A liberdade religiosa e o encontro entre convicções obrigam a estarmos disponíveis para ouvir e para caminhar juntos, sendo capazes de nos colocarmos no lugar dos outros. Não pode haver diálogo na ignorância ou na suposição de que temos certezas acabadas e fechadas. Ao percorrermos as meditações, seguimos os capítulos, significativamente intitulados – Aprendizes do espanto, a ciência da sede, o perceber que se está sedento, a sede de nada que nos adoece, a sede de Jesus, as lágrimas que contam uma sede, o beber da própria sede, as formas do desejo, a escuta da sede das periferias, e a bem-aventurança da sede. Cada pala- vra, cada passo devem ser considerados, cultivando o tempo, a reflexão e a atenção. E se alguns põem em causa o facto de o Papa Francisco apelar às periferias, como se estivesse a esquecer as centralidades, a verdade é que a centralidade da dignidade humana só pode ser compreendida se entendermos os limites, as dificuldades, as angústias. Quantas vezes nos sentimos perdidos e abandonados – são esses os momentos fundamentais para que temos de nos prevenir perante o risco de cairmos e de estarmos fortes para nos levantarmos. Mas se estamos demasiado seguros e certos, há qualquer coisa que falta na fé e na esperança e que empobrece o amor.


 

Germano Almeida - Prémio Camões

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A liberdade religiosa e o encontro entre convicções obrigam a estarmos disponíveis para ouvir e para caminhar juntos, sendo capazes de nos colocarmos no lugar dos outros.

Germano Almeida é o biógrafo de Cabo Verde. Não podemos compreender a vitalidade cultural do arquipélago e do país sem ler hoje o autor de Do Monte Cara vê-se o Mundo.É verdade que Baltazar Lopes é uma espécie de patriarca da “caboverdianidade” ou que Corsino Fortes é um poeta que sente como ninguém a identidade dessa extraordinária cultura da Macaronésia do Sul, mas Germano busca a naturalidade, a alegria de viver, a ironia, a arte de contar, a diversidade de tipos populares e a sensualidade dos corpos e das relações humanas. Não esqueço um dia que nos encontrámos na Praia, numa iniciativa do Centro Nacional de Cultura, e falámos dum tempo que estava para vir, em que de um modo natural a literatura cabo-verdiana seria reconhecida como exemplo maior na diversidade da língua portuguesa. Esse tempo chegou primeiro com o reconhecimento de Arménio Vieira no Prémio Camões e agora com o próprio Germano Almeida. A vitalidade cultural de Cabo Verde augurava essa evolução como natural. Desde que li pela primeira vez O Testamento do Sr. Napomuceno da Silva Araújo não tive qualquer dúvida sobre a qualidade excecional da obra e do autor. E em imaginação, percorremos o caminho iniciático do protagonista. “Atravessou a Rua de Lisboa, o Largo do Palácio e subiu ao Forte de Cónego trotando atrás de Jovita e extasiando-se com a maravilha que era o Mindelo, nunca vira tanta gente junta e sentia-se envergonhado de estar descalço atrás daquela carregadeira que calçava sandálias de plástico. Naquele dia não saiu de casa, temeroso de se perder na cidade enorme ou ser atacado por bandidos que sabia existirem e perseguirem as pessoas de dia ou de noite...”.


 

Mário Soares e Nelson Mandela

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Mário Soares pôde contribuir, no plano político, para a evolução sul-africana. Havia que romper com a experiência do apartheid e suscitar uma evolução democrática.

Há circunstâncias históricas aparentemente fortuitas que podem tornar-se decisivas ou pelo menos ter consequências significativas para o curso dos acontecimentos. O que a seguir se lembra é um bom exemplo do que acaba de se dizer. Na biografia de Mário Soares, Nelson Mandela surge ligado a um momento dramático da sua vida, aquando do acidente ocorrido com João Soares e que o levou àÁfrica do Sul, depois de ter completado exem- plarmente as visitas de Estado à Hungria e à Holanda. O que aconteceu então foi que, apesar das condições muito difíceis que rodearam essa ida a Pretória, Mário Soares pôde contribuir, no plano político, para a evolução sul-africana. Havia que romper com a experiência do apartheid e suscitar uma evolução democrática. O Presidente Botha tinha-se demitido em agosto de 1989 e tinha sido substituído por De Klerk. Logo no Aeroporto, quando o Presidente português chegou, profunda- mente preocupado com a saúde do filho, Pick Botha convidou Mário Soares para almoçar com o Presidente De Klerk. O momento era muito difícil. A evolução da saúde de João era muito incerta e problemática. No entanto, Soares assim que compreendeu que as coisas poderiam ter um caminho positivo, aceitou o encontro, no qual foi acompanhado por Maria de Jesus e pelos Embaixadores José Cutileiro e João Diogo Nunes Barata. O que sabemos desse encontro permite-nos dizer que foi muito significativo – depressa se tendo passado do formalismo para uma troca de ideias com evidente sentido e consequência políticos. Naturalmente que o ponto de partida das autoridades sul-africanas era muito tímido, receoso e conservador, considerando a própria história complexa da África do Sul. Tudo aponta, porém, para que a experiência do prestigiado político português se tenha revelado fundamental. Mário Soares começou por lembrar: “quando o professor Marcelo Caetano substituiu o ditador Salazar, por incapacidade física deste, prometeu ao País fazer uma liberalização. Mas não teve a coragem de a fazer, ficou-se apenas por superficiais mudanças de nomes. Cinco anos depois foi destituído por uma revolução militar que veio já demasiado tarde para permitir uma transição democrática gradual e controlada, tanto da política interna como da colonial”...


 

Património Cultural - O apelo de Berlim

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Valores, culturas e memórias constituem a base de uma Europa que deve caracterizar-se pela “Unidade na Diversidade”

A Cimeira de Berlim do Património Cul- tural foi um mo- mento culminante deste Ano Europeu. Se é verdade que há ainda muito para fazer, pode afirmar-se que o aprovado “Apelo de Berlim” constitui um documento fundamental que põe a tónica na defesa da Cultura, da Educação e da Ciência como fatores de desenvolvimento sustentável, de diversidade e de paz. A vitalidade cultural de Berlim, nos últimos anos, desde a arquitetura e urbanização à presença da nova geração de artistas plásticos e cultores das diversas artes foi o melhor cenário para este extraordinário encontro. Ao caminharmos em “Unter den Linden”, entre tílias, em direção à Porta de Brandeburgo e ao novo Bundestag pudemos lembrar as gravuras antigas e as grandes referências da cultura alemã: os Museus, a Biblioteca, e a sombra de grandes espíritos, como Fichte e Humboldt. Que é o património cultura senão essa lembrança viva?


 

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