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Muito agradeço a tão oportuna iniciativa dos organizadores das comemorações dos 40 anos do 25 de Novembro de 1975, sublinhando a participação nesta sessão de amigos que muito estimo, como António Barreto, Francisco Balsemão e Vasco Rocha Vieira.

G ostaria igualmente de aproveitar esta oportunidade para salientar o papel que tiveram ao longo do “Verão Quente” de 1975 aqueles que conduziram à normalização do funcionamento das instituições militares, como os Generais Ramalho Eanes – grande estratega do 25 de Novembro e, a seguir, Chefe do Estado-Maior do Exército - Pires Veloso, Franco Charais e Pezarat Correia, estes três últimos Comandantes das Regiões Militares do Norte, Centro e Sul, bem como os Coronéis Vasco Lourenço, comandante da Região Militar de Lisboa, e Jaime Neves.

Uma palavra do maior reconheci- mento é devida ao Grupo dos Nove, liderado por Melo Antunes, e em que também participaram Vítor Alves e Vítor Crespo. Os três fizeram parte do VI Governo Provisório, em que tive o privilégio de exercer as funções de Se- cretário de Estado do Tesouro. Era Mi- nistro das Finanças essa notável figura de homem de Estado e firme resisten- te à ditadura que foi Francisco Salgado Zenha. Tive, então, contactos estreitos com esses três ministros e muito apre- ciei a capacidade política e intelectual que revelaram, bem como a sua perso- nalidade marcada por elevadas quali- dades humanas e de carácter.

O 25 de Abril de 1974 iniciou o processo de democratização portuguesa. O 25 de Novembro de 1975, ao corrigir o desvio revolucionário, rectificando-o em sentido democrático, veio possibilitar a confirmação e continuidade desse processo, assegurando assim a transição para a democracia.

Ao pôr termo à “revolução socialista”, acelerada com o 11 de Março de 1975, o 25 de Novembro veio abrir condições para reorientar, em sentido democrático, o curso político e a feitura da Constituição.

O 25 de Novembro é o oposto, não do 25 de Abril, mas do 11 de Março. O que o 25 de Novembro veio destruir foram os excessos da pretensa “revolução socialista” e não as conquistas da “revolução democrática” de Abril. As forças políticas, que faziam seu o projecto de “revolução socialista”, invocam o 25 de Abril contra o 25 de Novembro, tentando incompatibilizar estas duas datas, identificando a primeira como uma abertura de um processo 6 revolucionário rumo ao “socialismo”.

Nesta edição de Nova Cidadania, o leitor encontrará três temas centrais, além da tradicional variedade de ensaios e autores: os 40 anos do 25 de Novembro de 1975; os 50 anos da morte de Winston Churchill, a 24 de Janeiro de 1965; a primeira edição integral em Portugal da obra de Edmund Burke, Reflexões sobre a Revolução em França, originalmente publicada em inglês em 1790.

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