Homenagem
A presença de Eça de Queiroz…

Guilherme d’Oliveira Martins
Conselho de Administração, Fundação Calouste Gulbenkian; Conselho Editorial, Nova Cidadania
A decisão aprovada por unanimidade na Assembleia da República visando conceder honras de Panteão Nacional a José Maria Eça de Queiroz constitui um ato de elementar reconhecimento em relação a quem é referência indiscutível das culturas de língua portuguesa.
No lugar cívico de homenagem a figuras referenciais da história portuguesa, está em causa a valorização do Panteão, de modo a melhor dignificar uma identidade nacional antiga, aberta, complexa e fecunda.
Em Portugal, o estatuto de Panteão Nacional está hoje atribuído ao antigo templo de Santa Engrácia em Lisboa e ao Mosteiro Santa Cruz em Coimbra, onde se encontram os túmulos dos dois primeiros reis de Portugal. No Panteão estão sepultadas figuras nacionais marcantes e são ainda recordados, através de “cenotáfios”, os nomes de: Nuno Álvares Pereira, Infante D. Henrique, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, Afonso de Albuquerque e Luís de Camões. O mosteiro dos Jerónimos funcionou provisoriamente como Panteão, mas não tem hoje esse estatuto formal, ainda que tenha os túmulos de Vasco de Gama e de Luís de Camões, na nave do templo, de Alexandre Herculano, na antiga Sala do Capítulo e de Fernando Pessoa. Em S. Vicente de Fora, está o Panteão da Dinastia de Bragança, onde se encontram sepultados membros da família real que reinou após a Restauração de 1640. No entanto, trata-se aqui de um Panteão familiar. Desde a antiga Grécia [...]
Homenagem
Centenário de Jorge Borges de Macedo Historiador e pedagogo

Jorge Braga de Macedo
Professor Catedrático Jubilado, Nova School of Business and Economics; Membro do Conselho Editorial Nova Cidadania
A esperança de ser lido cem anos depois de morrer.
Dizia meu pai ter a esperança de ser lido cem anos depois de morrer. Talvez a radicasse na convicção de que “as propostas que têm insistido em subalternizar” a “nossa capacidade crítica, como corpo colectivo” não persistem “muito”. Este registo optimista do “nosso património de cultura e acção política”, usado em 1990 no “Ensaio de formalização concreta” dedicado a António José Saraiva (Obras Escolhidas, 825-48, Imagem 3) e quiçá debatido entre eles na juventude, é particularmente bem-vindo quando termina a Presidência do Conselho Europeu que mais ignorou a nossa política externa enquanto se arrasta a governação doméstica.
Homenagem - António Paim
A significação da História das Ideias Filosóficas no Brasil de António Paim

Ricardo Vélez Rodriguez
Filósofo e Educador
A obra de António Paim contribuiu para o aperfeiçoamento das instituições do governo representativo, como meio para garantir o exercício pleno da liberdade na vida política do País.
Sinto-me honrado em participar desta solenidade na modalidade virtual, em companhia do meu amigo e mestre António Paim, com a presença do Professor Doutor João Carlos Espada, meu amigo de longa data, diretor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa em Lisboa, com a coordenação da professora Doutora Ivone Moreira, docente e pesquisadora da mesma Universidade, e com a presença do Doutor António Roberto Batista, meu amigo, fundador e diretor da Editorial Távola, de Campinas.
Destacarei três pontos: 1 – o significado desta obra para a meditação brasileira, do ângulo metodológico; 2 - a amplitude com que o autor analisa a história das ideias filosóficas no Brasil; 3 – um roteiro para o Brasil encontrar o caminho do progresso e da liberdade.
Homenagem
António Paim (1927-2021)

António Paim
Filósofo, professor e autor
Texto da última intervenção pública de António Paim, na sessão organizada pelo IEP-UCP a 5 de abril de 2021 para a apresentação da 6ª edição da sua “História das Ideias Filosófi cas no Brasil”.
Ao fazê-lo, o IEP está a distinguir, não só um dos fundadores da Universidade Católica, mas também, e talvez sobretudo, uma dedicação exemplar à ilustração da cultura pela fé e à defesa da liberdade de espírito que a ela presidiu.
Sou António Paim, autor do livro História das Ideias Filosóficas no Brasil, que é na verdade um retrato do que poderia ser chamado de Filosofia Brasileira. Nós definiríamos a Filosofia Brasileira da seguinte maneira: tem sido uma meditação sobre o Homem com vista ao pleno esclarecimento da cultura moderna, portanto nos marcos dos problemas fixados pelas filosofias estaduais.
Especial - Estoril Political Forum 2016
Prémio Fé e Liberdade 2016 - Roque de Aguiar Cabral S.J.

Manuel Braga da Cruz
Professor Catedrático e antigo Reitor (2000-2012) da Universidade Católica Portuguesa Membro do Conselho Editorial de Nova Cidadania
Assinalando a morte de Pe Roque de Aguiar Cabral S.J., recordamos a homenagem prestada em 2016 no Estoril Political Forum.
Ao fazê-lo, o IEP está a distinguir, não só um dos fundadores da Universidade Católica, mas também, e talvez sobretudo, uma dedicação exemplar à ilustração da cultura pela fé e à defesa da liberdade de espírito que a ela presidiu.
Roque Cabral foi um estreito colaborador de Bacelar e Oliveira, na abertura da Faculdade de Filosofia de Braga ao público, e na fundação da Universidade Católica, que se fez, como é sabido, através da integração daquela Faculdade na nova Universidade. Com a criação da primeira universidade não estatal, rasgaram-se horizontes novos ao sistema de ensino em Portugal, nomeadamente o horizonte da liberdade de ensino. Justificadamente se pode dizer que Roque Cabral foi, não apenas um dos grandes fundadores, mas também dos grandes construtores da Universidade Católica, pois colaborou ainda no lançamento do primeiro curso de Direito no Norte do país, no Centro Regional do Porto da Universidade Católica, de que chegou a ser Director, abrindo perspectivas inovadoras à formação jurídica.