Um livro que traz à superfície um episódio particularmente dramático, mantido em silêncio durante décadas: a deportação, em 1933, de milhares de “elementos desclassifi cados e socialmente prejudiciais” de Moscovo e Leninegrado, abandonados à sua sorte numa pequena ilha a norte da Sibéria. Pela sua brutalidade extrema - dois terços dos deportados morreram de fome, de exaustão e de doença nas primeiras semanas, transgressões como o canibalismo e a necrofagia - este episódio revela o clima de violência e de regressão em certos espaços soviéticos, lugares de deportação e de fi xação de residência de excluídos da sociedade socialista em construção.
A Ilha dos Canibais – 1933, Deportados ao Abandono na Sibéria | Nicolas Werth
Pedra da Lua, Lisboa, 2007, 168 pp
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