Esta obra notável de Marcello Duarte Mathias merece uma atenção especial e uma revisitação necessária |
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O Português Visto por (Alguns) Portugueses Autores dos séculos XX e XXI |
Embaixador de Portugal
Excerto da introdução ao livro
(...) No fundo, a soma destas folhas constitui uma espécie de puzzle composto por mil pequenos fragmentos de cores diferentes. Algumas peças, à primeira vista, parecem repetir-se ou sobrepor-se; outras, dir-se-á que se afastam do centro para, contudo, logo depois se encaixarem ao lado das restantes, porque é aqui, afinal, o seu lugar. A bem dizer, todas se completam porque pertencem ao mesmo conjunto e, por mais desiguais, o integram de forma harmoniosa, mais não sendo, aliás, do que reflexos de uma mesma verdade. Uma radiografia sob ângulos diferentes.
Paralelamente, o humor, aqui presente sob várias facetas, incluindo até uma certa veia sarcástica, constituem sinais saudáveis de um organismo vivo que não se compadece com insuficiências ou mediocridades.
Por outro lado, as opções ideológicas, embora não representando necessariamente um dado prioritário, afiguram-se por vezes determinantes na visão com que cada qual encara a realidade nacional. E é natural que assim seja: na verdade, somos ideólogos sem o saber, ou querer reconhecê-lo, sendo a História a cada momento o pano de fundo onde nos inscrevemos, tantas vezes, aliás, à revelia da nossa própria vontade.
A sombra da História, com os seus mortos e o peso inamovível de séculos, não nos dá escapatória e está sempre connosco, quer queiramos quer não. O nosso longo percurso colectivo é o nosso pessoalíssimo bilhete de identidade.
À excepção de homens como Basílio Teles, João Chagas ou António Feijó, contemporâneos da I República, que faleceram antes do 28 de Maio de 1926, os demais tiveram por cenário os tempos do Estado Novo, seguidos pelo 25 de Abril, o PREC, a democracia e a conquista da liberdade. E não são poucas as considerações que a esses temas se referem. De resto, é com frequência a política, com as suas escolhas e recusas, que abre caminho a determinadas conclusões.
De forma visível, não raro, - estou a pensar num Carlos Malheiro Dias, num João Bigote Chorão, num Pedro de Moura e Sá ou num António Couto Viana, homens de Direita que, como tal, se assumem -, ou noutros cuja inclinação oposta não é difícil de adivinhar.
Não obstante, casos há que merecem menção pela mudança psicológica de que são protagonistas, induzindo-os a uma nova apreensão da realidade, à semelhança de um Ruy Belo que vindo da Opus Dei dela depois se afasta, a ponto de escrever: “Triste é andar por entre Deus ausente.” No seu caso, não se trata de reconquistar uma outra liberdade, mas de descobrir uma espécie de orfandade moral que para todo o sempre o mortificará e de que a sua obra se fará testemunha (Uma forma de me despedir é o título de um dos seus poemas), – eloquente exemplo de quão difícil é inventarmo-nos. De Ruy Belo, ainda, esta síntese sobre o Portugal passivo e censório do Estado Novo: “No meu país não acontece nada,” ou, ainda, mais aterrador: “O meu país é o que o mar não quer”. Há um lado Paul Celan em Ruy Belo, pois embora os respectivos percursos e tribulações pouco ofereçam de comum, partilham de uma idêntica desesperança quanto ao destino dos seus semelhantes, vítimas como eles de uma usura da alma sem cura possível. Solidão irremissível, quer afectiva quer religiosa, que tudo contamina.
Regressam ambos de longe para concluir que tudo afinal foi um erro, incluindo a própria viagem. “Eu vinha para a vida, e dão-me dias,” dirá Ruy Belo numa síntese belíssima, cuja radicalidade destoa num país como o nosso pouco dado a absolutos.
Em 1965, Ruy Belo integrará a lista dos católicos progressistas, procurando no campo da ideologia uma outra forma de afirmação e confronto. No fundo, com a progressiva desafeição ao regime político, um desejo de pensar diferente, interiorizando outros juízos de valor.
António José Saraiva é caso semelhante de uma alteração de perspectiva por força de novas opções.
Ensaísta de grande erudição humanista com uma vasta obra sobre temas de ordem histórica, filiado durante mais de uma dezena de anos no partido comunista português, António José Saraiva viu-se obrigado, devida à situação então vigente no nosso país, a exilar-se em Amesterdão e Paris por largo tempo.
O exílio, contudo, não lhe afectou a autonomia mental do seu juízo crítico, tendo-se tornado para o fim admirador da figura de Salazar, que considerava, para lá de um escritor doutrinário de pulso, ter sido o melhor primeiro ministro de Portugal no decurso do século XX. E o que é mais, possuído de “recta intenção” na sua forma de actuar . De assinalar ainda que com o mesmo desassombro com que veio a terreiro testemunhar do apreço pelo homem e o governante, publicará em Fevereiro de 1979 no Diário de Notícias um editorial intitulado O 25 de Abril e a História, que constitui até hoje a mais feroz catilinária jamais escrita. Artigo que viria a suscitar grossa polémica, tendo-se então realizado na fundação Gulbenkian animado debate entre Saraiva e Eduardo Lourenço.
De entre os numerosos depoimentos aqui reunidos, o tema da identidade nacional sobreleva a qualquer outro, assumindo nomeadamente a partir de 1974 uma relevância sem paralelo. Tanto assim que Vergílio Ferreira terá este desabafo – assaz surpreendente, seja dito de passagem, na boca de um intelectual: “Uma coisa, porém, a revolução me trouxe e foi pensar o meu país”.
Premonitório deste estado de espírito foi o êxito da reimpressão das Memórias do Marquês de Fronteira e d’Alorna em finais dos anos Oitenta, a que outras de índole semelhante se seguiram, traduzindo uma mesma ânsia em descobrir o que nos distingue dos restantes povos.
De mesmo modo, certas biografias de homens políticos hodiernos, que são também narrativas históricas, procuram incorporar essas questões e dar-lhes uma resposta.
Ernâni Lopes tinha por hábito dizer que qualquer português por volta de 1970 sabia o que era Portugal e o que era ser português. Bem ou mal, com razão ou sem ela. Julgo certa esta asserção. Em contrapartida, o que muitos questionavam era a natureza do regime e suas opções, coisa diferente.
Com o 25 de Abril, porém, tudo num pronto se altera: é a perda do Ultramar, o regresso em massa dos nossos compatriotas de África, os debates sobre o lugar de Portugal na Europa – afinal, quem somos e a que mundo queremos pertencer? -, seguida do ingresso na Europa comunitária. De súbito, porque tudo isto se processa num curtíssimo espaço de tempo, o baralho é outro e outras são as regras do jogo. Nasce um novo-velho país, e não é fácil a adaptação que constituiu uma verdadeira metamorfose. Para muitos, um reencontro; para os demais, um dilaceramento. De qualquer modo, esta procura de identidade, que se agudiza com o pós-25 de Abril, não é sentimento exclusivamente nosso, pois foi partilhado pelos países europeus que haviam sido potências coloniais, e que viriam a sofrer de semelhante ruptura. A Grã-Bretanha e a França, cada qual a seu modo, são elucidativas a este respeito, sendo as constantes tergiversações de Londres para com a Europa de Bruxelas, bem como aliás o próprio Brexit, exemplo disso mesmo. Encerrado o parêntesis comunitário, a Global Britain de hoje representa o regresso à Inglaterra de outrora, a reconquista da sua identidade. Ou a tentativa de a recuperar.
A isto acresce, a nível europeu – e não é coisa de somenos, mormente quando se procura inventariar o substracto orgânico de uma sociedade – a emergência de outros factores como a perda progressiva da fé, o enfraquecimento da vivência religiosa, a substituição da matriz cristã por realidades de índole cívica ou humanitária; estas últimas provenientes de uma outra escala de valores e tendo por finalidade objectivos alheios a qualquer particularismo territorial ou psicológico. São formas de convivência, que desdenham da identidade nacional. É o caso da predominância de determinados temas veiculados por minorias ecológicas, étnicas ou sexuais.
Para nos darmos conta de quão omnipresente é o debate acerca da identidade nacional no sentido lato - contornos, prioridades, visões, perspectivas -, bastará mencionar, como exemplo e apenas como exemplo, os seguintes títulos, (ver Nota nº 11*), pois todos eles, de um ou de outro modo, gravitam à sua volta. Em poucas palavras, decifrar Portugal é entender os Portugueses.
Em poucas palavras, decifrar Portugal é entender os portugueses
Às dúvidas, perguntas e anseios que percorrem tantas dessas obras, tem Guilherme d’Oliveira Martins vindo a responder em muito do que escreve. Olhar atento a Portugal e ao mundo português, Oliveira Martins tem sido incansável no inventário da nossa memória colectiva. Regressando amiúde aos mesmos temas para melhor os aprofundar, de que são ilustrativos duas das suas obras mais recentes, a saber, Ao Encontro da História, que versa sobretudo sobre a temática que envolve o património cultural, sua preservação e valorização, e, ainda, Portugal, identidade e diferença, publicada em 2007, cujo título é suficientemente eloquente. Em ambas estas obras se aprofundam as raízes e matizes da portugalidade, através da visão de um homem culto que tudo abarca e relaciona e desse todo extrai o essencial, levando-o a cabo sem extremismos ou alarmismos tão-pouco, antes ancorado numa perseverante lucidez. “Tudo depende de definirmos uma linha de acção e de sermos capazes de a seguir com metas, com contas prestadas, com sentido da história e da cultura…” Está tudo dito. Oxalá os nossos políticos também assim o entendam!
Diverso é, pois, o leque das sensibilidades presentes, tal como diversas são as gerações chamadas a testemunhar. Ao lado jocoso, e por vezes desiludido (amargamente desiludido), de um Ruben A., de um Esteves Cardoso, de um Almada, - divertidos, mas não menos certeiros pela agudeza do olhar e a acutilância do traço – sobressai a dimensão sombria de um Franco Nogueira, dominada pelo sentido trágico da História, para quem o conhecimento do passado detém o essencial do que importa investigar. Porque só o conhecimento da História permite enquadrar, contextualizar, melhor diferenciar no plano da política internacional (que o mesmo é dizer, pelas suas repercussões, no plano interno), iniciativas e acontecimentos – tanto no seu imediatismo como na sua essência. Umas e outros tidos por inéditos a espíritos desatentos, quando as mais das vezes constituem apenas a repetição do já acontecido, embora revestidos de outra roupagem.
De resto, e sem menosprezar a apreensão económica dos acontecimentos, ou as interpretações de ordem filosófica ou sociológica, quer-me parecer que a visão histórica é aquela que melhor engloba tudo aquilo que importa apreender, tanto no que diz respeito à psicologia dos povos bem como aos fundamentos individuais de quem é chamado a decidir.
Diplomata de carreira, Franco Nogueira viveu atormentado com o destino de Portugal, em particular, com as nossas reservas de energia enquanto nação para enfrentar as intempéries do mundo, o que lhe ensombrou os últimos anos de vida, a ponto de se poder quase dizer que morreu… de mágoa, tal o seu desencanto. Acresce que o exercício da diplomacia e os ensinamentos de toda a sorte nela adquiridos (a diplomacia é também uma escola de patriotismo), conferiram-lhe uma acrescida perspicácia. De referir, ainda, que escrevia um português de uma cristalina nitidez, pois profundo era também o seu conhecimento das letras nacionais. De qualquer modo, é-me grato prestar-lhe aqui homenagem.
Bem como ao meu bom amigo Augusto Ataíde, espírito superior, que nos deixou um comovente único volume de memórias intitulado Percurso Solitário , título que diz tudo, não tendo obtido, nem de perto nem de longe, o reconhecimento que merecia. Talvez porque o Augusto não se dava ao cuidado de circular nas águas por onde convém navegar se se quer ser gente aos olhos daqueles que nestas coisas discriminam com total impunidade quem é de celebrar e quem é de excluir.
Sentimento em muito semelhante ao de Franco Nogueira, quiçá mais pesaroso ainda, é o de João Bigotte Chorão, homem bom e de boa fé, patriota à antiga, para quem Portugal deixou pouco a pouco de lhe ser uma paisagem familiar, sentindo-se ele intruso em casa própria – decerto, o pior dos desterros. Chegado ao fim da linha, o que vê em seu redor é inóspito ou simplesmente desprezível. Numa palavra, o exílio tornou-se a morada da sua angústia. “Morrerei num país onde não nasci.” Terrível confissão que a todos nos interpela.
Outra é a visão de um Vergílio Ferreira que junta cólera e sarcasmo, pois deles se alimenta em permanência a sua exacerbada relação com Portugal.
“Tenho ao meu país um amor raivoso e infeliz.” (Conta-Corrente II) Descobrir Portugal é descobri-lo na desventura e no desencontro. Pessimismo existencial que é também a marca da obra romanesca e ensaística. Paralelamente, os extensos volumes da sua experiência diarística, intitulada Conta Corrente – ou, talvez, mais apropriadamente Contra a corrente? – constituem, à maneira das Memórias de Raúl Brandão, com as quais se assemelham a mais de um título, um depoimento raro pelo desassombro que os ditou (o homem, diga-se de passagem, é profundamente estimável, porque é sempre autêntico, mesmo nos seus arremessos de vaidade ferida), pese embora o lado um tanto desajeitado do muito que escreve, como se não tivesse tempo de se reler, ou sequer paciência para tanto. De mais a mais, encontrava no culto da amargura uma pessoalíssima forma de satisfação, para não dizer de alívio. Saber e sentir-se isolado, incitava-o à coragem solitária.
Entre parêntesis, o caso de Vergílio Ferreira é sintomático da sempre difícil relação do português com Portugal, relação inquinada, logo à partida, de mil equívocos. Pecha nossa. Porque a pátria, realidade ingrata com a qual se convive, não inspira, não deslumbra, não acolhe, não abriga – desilude, simplesmente. Leia-se Fialho de Almeida, Manuel Laranjeira, João Chagas, Jorge de Sena, Rodrigues Miguéis, Ruben A. Veja-se a Geração de 70. Poucos aqueles que nela encontram aconchego ou refúgio. Ou, mais raro ainda, motivo de elevação que os ampare e reconforte – estou-me a lembrar de certas declarações muitas duras, misto de despeito e ressentimento, da Maria João Pires , a quem o país tanto deve. Vendo bem, tanto nuns como noutros, mais do que uma convicção, trata-se antes de uma forma de desalento. Curiosamente, neste capítulo, são os desportistas, os nossos atletas, que nos dão, reiteradamente, lições de portuguesismo, até porque têm o sentido de comunidade que falta a outras parcelas da nossa população.
Esta frustração das elites para com o país é uma constante histórica e fundamenta essa espécie de desajuste insanável que se estabeleceu ao longo dos tempos entre o país e aqueles supostos representá-lo no campo da cultura. Acresce que em Portugal, como se sabe, não há escol, é outra das nossas particularidades – a própria noção é desvalorizada por certas formações ideológicas como pertencendo a uma visão retrógrada do que que deve ser a sociedade; seja como for, existem, sim, individualidades que se impõem nos seus respectivos domínios por mérito próprio, as mais das vezes de forma isolada, sem apoios e sem aplausos. Paralelamente, é coisa conhecida, nós somos o povo que mais maldiz de si próprio, verdadeiro desporto nacional, e são com frequência os estrangeiros, que nos conhecem e nos estimam, os primeiros a assinalar as nossas qualidades.
Diverso é, pois, o leque das sensibilidades presentes, tal como diversas são as gerações chamadas a testemunhar
Distinto, neste panorama, é o percurso de um Miguel Torga para quem a pátria é o seu breviário de saudades e reencontros. E sê-lo-á sempre. Íntima fronteira, lugar amado, terra de comunhão e liberdade, livre memória do que somos e do que escolhemos ser. “O Portugal de que sempre me orgulhei não é o da versão oficial”, advertirá ele em 1984. Desde sempre, o ar que respira, a paisagem à sua volta e o chão que pisa constituem parte integrante do mesmo todo a que sua pessoa pertence por igual. Bastará ler o seu depoimento intitulado precisamente Portugal para nos inteirarmo-nos dessa natural osmose com a terra que é a sua. Mas há mais: uma vontade de identificação, tanto no plano físico como espiritual, a que nunca renunciará.
Mais tarde, em 1975, ano de todos os confrontos, escreverá com uma acuidade refreada pela emoção: “O dilaceramento da pátria ultrapassou aquele limite de perdição para além do qual só resta o abismo”.
Miguel Torga procurou, como homem de raízes que era, entender o seu país. Conhecê-lo, sondá-lo, interpretá-lo, exumá-lo em sua História e geografia, sendo a sua obra uma demorada peregrinação à volta de Portugal, para ele, simultaneamente, obsessão e nostalgia. Abarcá-lo em toda a sua diversa dimensão, é o primeiro dever de um patriota. Próximo da sensibilidade popular – “nasci povo, povo continuo, e povo quero morrer” (Diário VIII), empenhado na continuidade histórica de Portugal, preocupava-o a falta de vontade colectiva da gente portuguesa aliada à progressiva dessacralização do mundo. O desenraizamento é aqui sinónimo de desagregação. No fim de contas, lucidez macerada a sua, já que, em definitivo, amar não é concluir mas ficar aquém. E voltar a apaixonar-se – para que nunca nada se perca.
Esta interrogação dominante em toda a sua obra de Portugal e seus perfis – “em que rosa dos ventos há um caminho português?”, encontra em Eduardo Lourenço o seu mais lídimo representante, pois ninguém a levou tão longe e com tanta pertinácia – “repensar a sério e a fundo uma realidade tão difícil de apreender como a portuguesa”, escreverá ele no prefácio ao Labirinto da Saudade, o mais conhecido do seus livros, publicado em 1978, logo após o 25 de Abril.
Fio de ouro do seu percurso intelectual, Portugal resume a fonte de tudo o que escreveu: inventário e testemunho, roteiro imaginário e descoberta de identidade. Sim, a seu modo, autobiografia narrada, exumada, vivida, sonhada, dentro do tempo e à sua margem. (Daí que a sua participação seja aqui das mais extensas). O seu pensamento cruza, à escala europeia, a filosofia, a literatura, a poesia, a História, compondo uma espécie de caleidoscópio em perpétuo movimento.
A circunstância de ter vivido longos anos em França, casado aliás com uma universitária francesa, para lá do facto de ter igualmente residido cerca de um ano na Baía e, mais tarde, em Roma, contribuíram de modo decisivo para a apreensão da especificidade de Portugal e da nossa cultura, e no que esta tem de ímpar, incluindo na sua relação com o Brasil. Entre parêntesis, é significativo que a diáspora portuguesa também se aplica a alguns dos nossos escritores e não são poucos – todos somos emigrantes, no fim de contas – não sendo despiciente a lista daqueles que, em determinada altura, decidiram rumar para o estrangeiro, a isso obrigados por motivações políticas as mais das vezes, ou por opções pessoais e familiares. Alguns nomes logo nos ocorrem: Aquilino Ribeiro, Jorge de Sena, José Rodrigues Miguéis, Adolfo Casais Monteiro, Jaime Cortesão, António José Saraiva, Sarmento Pimentel, Fidelino Figueiredo – Portugal, eterno cais de embarque?..
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